Presidente da Funarte é exonerado após defender Fernanda Montenegro

Fernanda Montenegro

Presidente da Funarte foi demitido após defender Fernanda Montenegro (Imagem: Reprodução / Globo)

Miguel Proença não é mais o presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes). O pianista foi exonerado nesta terça-feira (5) do seu cargo. Segundo ele, defender Fernanda Montenegro após ela ter sido ofendida pelo diretor da fundação Roberto Alvim foi determinante para a sua saída.

De acordo com as informações do jornal Folha de S. Paulo, o nome mais cotado para o cargo é justamente o de Alvim, atualmente diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte.

A demissão foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil do governo, Onyx Lorenzoni e publicada no Diário Oficial da União.

Miguel disse que faria um concerto em homenagem à atriz da Globo após o ataque do dramaturgo, que chamou a estrela de “mentirosa” e “sórdida”.

“O que fazer com pessoas que não entendem esse relacionamento com outros artistas e querem impor uma maneira de salvar o mundo através só dá religião?”, questionou. “Minha religião é agradar o público”, reagiu.

Fernanda Montenegro fala da sorte de não estar “gagá”

Fernanda Montenegro celebrou os seus 90 anos em grande estilo. A atriz, prestes a lançar um livro de memórias chamado Prólogo, Ato, Epílogo, disse no Conversa com Bial que sua motivação pelo novo trabalho veio pelos netos.

A artista lembrou o ator Paulo Autran (1922 – 2007), a parceria na vida pessoal e artística com o marido, Fernando Torres (1952-2008), e resumiu o seu nonagenário com bom humor. Sobre o livro, a global mencionou a família e os país, imigrantes: “Meus pais tinham vinte e poucos anos de Brasil quando nasci, mas ninguém era mais brasileiro que minha mãe e meu pai”.

Na carreira, Fernanda lembrou dos amigos mais próximos, como o próprio Autran, Dercy Gonçalves (1907 – 2008), Nelson Rodrigues (1912 – 1980) e Millôr Fernandes (1923 – 2012), e do trabalho que todos fizeram durante a censura no país após ao golpe de 1964. “Mesmo se estuporando numa censura horrenda, a gente se expressava”, enfatizou.

Paulo, um dos seus parceiros de cena, foi lembrado com carinho. “Com ele morreu uma geração, sim. Um tipo de atores que carregou o teatro desde João Caetano”, afirmou. “Acho que a morte do Paulo foi um sinal de fim de era”, completou ela.

Em breve, Marta Góes lançará uma biografia de Fernanda Montenegro. Na conversa com a famosa e Pedro Bial, a jornalista contou um detalhe das suas visitas a casa da veterana. “Todo dia que eu chegava na casa dela, a mesa estava recheada de fotografias da vida toda que ela revirava e aquilo já ia provocando as lembranças”, revelou. “Eu herdei essa sorte de não estar gagá”, resumiu a atriz.

Ao marido, Fernanda Montenegro não poupou elogios: “O Fernando é o responsável pela minha aceitação, na felicidade, diante da minha vocação de atriz. Nunca tive dele nenhum impedimento, nada. Se tinha ciúme, eu não percebia. Se tinha inveja, eu não percebia. Era um companheiro vocacionado, dessa maneira, até mais do que eu”.

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