A Globo vai passar a ser uma mega empresa de comunicação. Ao menos é o objetivo dela ao criar esse projeto de tornar todas as áreas do grupo como se fossem uma só.
É um pouco estranho quando nos deparamos com esse objetivo pela primeira vez. Então a gente tem que fazer comparações. É como se a Globo fosse um shopping com várias lojas.
A gente sabe que o shopping se chama Globo e que suas lojas vendem coisas diferentes. Assim cada emissora, desde a Globo, que seria uma âncora ao lado de GloboNews e SporTV, está ao lado de lojas como Futura, GNT, além de outras tantas que fazem parte do shopping.
O que se quer fazer é transformar um shopping numa loja de departamentos. O pessoal que está criando isso acredita que vai fazer grandes economias desde a administração até a área artística. Elaboram as mais variadas teorias para justificar atitudes nem sempre eficientes. Normalmente costumam desconhecer a origem do negócio que estão gerenciando e as nuances de sua criação.
A Globo foi criada pelo Regime Militar de 1964 com o objetivo de dar respaldo de comunicação aos militares. Roberto Marinho tinha uma carta patente em mãos, mas não dispunha de dinheiro. E os militares literalmente faziam com que multinacionais e banqueiros comprassem cotas de anúncios da Globo como se fosse uma missão de guerra no enfrentamento contra o comunismo.
E neste enfrentamento valia tudo, incluindo obrigar que emissoras independentes do país que transmitiam a programação de outros canais passassem a transmitir a Globo mesmo antes dela ser líder, como se isso fizesse parte da missão do projeto de comunicação do Regime.
Então a Globo cresceu gastando, não necessariamente o dinheiro próprio que não tinha, mas uma grana de anunciantes que foram obrigados a apostar no canal. Quando faltavam recursos, um grupo americano se encarregava de mandar o necessário para cobrir a conta.
Demorou um tempo até que a Globo fosse lucrativa. Existiu um momento que Roberto Marinho precisou até pegar dinheiro emprestado com Silvio Santos para honrar a folha de pagamento.
Acreditamos de verdade que os atuais comandantes da Globo desconhecem a história. A história do comércio de qualquer coisa tem um princípio básico milenar. Os americanos tinham um princípio de teoria de venda que mostravam 4 letras P: Produto, Ponto de Venda, Preço e Promoção.
Há vinte anos um brasileiro escreveu um livro de marketing demonstrando em fatos que no nosso país existe a importância de um quinto P, que seria o Perfil psicológico do comprador. Os projetos e teorias americanas jogadas no nosso país que não respeitaram o Perfil psicológico do comprador tiveram problemas.
E vamos terminar o artigo com um exemplo. O maior grupo de moda de alto luxo que este país conheceu se chamava Daslu, que foi criada de maneira a montar uma loja de cada vez, cada uma com uma marca de grande grife, todas numa mesma rua num elegante bairro da cidade onde estava.
Um dia a dona da Daslu acreditou que se levasse todas as grifes da mesma rua para um único imóvel, faria grande economia e teria muito lucro. E assim fez. E foi dessa maneira com acadêmicas ideias de eficiência corporativa que a Daslu deixou de existir.
Teodora Mendes ama uma fofoca e não tem compromisso em segurar a língua. Esperta e atenta ao mundinho fantasioso dos famosos, ela sempre está à procura dos podres que as celebridades e sub-celebridades tanto fazem questão de esconder. Dos bailes mais luxuosos aos pancadões nas favelas, Teodora conta com uma tropa de contatinhos nessa saborosa jornada.