“Renúncia” de Tutinha da Jovem Pan tem o selo Pânico de veracidade

João Paulo Dell Santo

10/01/2023

Jovem Pan

Tutinha “renunciou” ao cargo de presidente da Jovem Pan (Imagem: Divulgação)

Acuado em razão da cobertura irresponsável que a Jovem Pan fez em defesa de atos antidemocráticos, contra a Ciência e a favor do negacionismo, Tutinha “renunciou” ao cargo de presidente do Grupo JP.

Em seu lugar, assumiu o então CEO do grupo, Roberto Araújo. O movimento de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho tem o selo Pânico de veracidade, uma vez que o empresário “deixou” o comando do canal para ficar “apenas” no conselho editorial da Jovem Pan, da qual sua família é a maior acionista.

Noves fora, tudo será como antes. Esta coluna ouviu de fontes da Jovem Pan que Tutinha segue mandando em tudo. Em reunião na manhã desta segunda-feira (09), o movimento foi explicado. A troca é uma tentativa de acalmar o mercado publicitário e, principalmente, o Supremo Tribunal Federal.

Nos bastidores, há o temor cada vez maior que o ministro Alexandre de Moraes pode multar e tirar a Jovem Pan do ar por alguns dias.

Geral em Orlando

Ainda na tarde de ontem, começou a pipocar a informação de que Tutinha estaria prestes a embarcar para Orlando, na Flórida (EUA). O empresário pretende descansar alguns dias, após a “renúncia”. Quem sabe o Tutinha não encontra um tempo na agenda para devorar um dogão na companhia do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Palco pra maluco

A crise na qual se enfiou a Jovem Pan dava todo o indicativo de que não terminaria bem. O canal, em defesa de uma tal liberdade de expressão caótica e caolha, abriu espaço para expoentes do bolsonarismo, como Rodrigo Constantino, Guilherme Fiúza, Paulo Figueiredo, Adrilles Jorge, Augusto Nunes e Ana Paula Henkel, que viviam pregando a desordem e o ataque às instituições, em  detrimento de jornalistas de verdade, muitas vezes atacados no ar.

Um toque de mágica

Tal e qual a Jovem Pan, acusada de instigar o terrorismo do último domingo (08) na Praça dos Três Poderes, a Record começou a cobertura dos atos golpistas chamando aquele caos de “manifestação”. Em menos de 24 horas, no Jornal da Record, a emissora de Edir Macedo se referiu aos criminosos arruaceiros como “praga de insetos”.

Jornalismo na veia

As emissoras foram surpreendidas com o ataque à Democracia no domingo, quando as redações ainda estavam esvaziadas, após as coberturas intensas do Réveillon, da posse do presidente Lula e das mortes do Rei Pelé e do Papa Emérito Bento XVI. Apesar do bate cabeça de início, é de se louvar os trabalhos de Globo, GloboNews, CNN Brasil, Band e BandNews.

Uma Só Globo

A cobertura conjunta entre Globo e GloboNews serviu para mostrar ao público da TV aberta que não tem acesso à TV paga o grande time de âncoras, repórteres e comentaristas globais no cabo. A audiência também correspondeu: a cobertura especial rendeu 18 pontos à Globo e 21 ao Fantástico, enquanto que a GloboNews encerrou o domingo em 5° lugar no PNT, atrás de Globo, SBT, Record e Band.

Roubou a cena

Âncora dessa parceria inédita entre Globo e GloboNews, Erick Bang brilhou do início ao fim, a exemplo de outros colegas. Sem dúvida, foi o nome desse plantão. Para quem acompanha o trabalho do jornalista há anos, não foi surpresa alguma seu desempenho no vídeo. Aliás, é hora de a Globo retomar o plano inicial, prejudicado pela pandemia de Covid-19, de incluir Erick no rodízio de apresentadores do Jornal Hoje aos sábados.

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João Paulo Dell Santo
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João Paulo Dell Santo

João Paulo Dell Santo consome TV e a leva a sério desde que se entende por gente. Em 2009 transformou esse prazer em ofício e o exerceu em alguns sites. No RD1, já foi colunista, editor-chefe, diretor de redação e desde 2015 voltou a chefiar a equipe. Pode ser encontrado nas redes sociais através do @jpdellsanto ou pelo email [email protected].