O jornalista Ruy Castro reclamou publicamente da censura de Roberto Carlos em entrevista ao programa Provoca, da TV Cultura. O biógrafo de dezenas de artistas brasileiros afirmou a Marcelo Tas que o cantor e contratado da Globo “nunca foi amante da liberdade”.
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O mal-estar entre Ruy Castro e Roberto Carlos começou em 1983, quando o “rei” processou o escritor por causa de uma reportagem publicada na extinta revista Status. Na matéria, Castro detalhou casos amorosos do artista durante sua carreira.
O músico perdeu a primeira batalha travada na Justiça, mas o escrito foi condenado na terceira instância. “Amantes da liberdade são o Caetano [Veloso], o Chico [Buarque], o [Gilberto] Gil. O Roberto Carlos não”, disse ele.
“Ele nunca foi amante da liberdade, ao contrário, ele é um grande censor. Não gosta que publiquem nada sobre ele”, disse.
Na entrevista, Ruy Castro admitiu o problema com o álcool e revelou que deixou a revista Veja em 1983 por causa do vício. “A revista era na Marginal [Tietê, via expressa da capital paulista], onde não tem botequim em volta. Eu ficava lá em cima precisando beber desesperado e não podia beber no trabalho, evidentemente. Então, pedi demissão e voltei para casa para beber”, explicou.
Sua vida profissional foi cheia de voltas e reviravoltas, e algumas questões foram levantadas por ele no bate-papo, entre eles, o fato de não gostar de quando dizem que o livro Chega de Saudade, sobre a história de músicos que originaram o movimento da Bossa Nova, foi o seu melhor trabalho.
A publicação foi feita em 1992 e de lá para cá Ruy lançou diversos livros.“Eu já publiquei depois disso dezenas de livros, alguns dos quais eu me orgulho muito. Então, quando alguém chega e diz para mim que o meu melhor livro é o Chega de Saudade ou O Anjo Pornográfico, publicado em 1992, eu fico achando que de lá para cá eu só fracassei, não consegui melhorar”, detonou.
