Na última segunda-feira (15), o SBT News estreou oficialmente nas operadoras de TV por assinatura, no +SBT, no YouTube e em plataformas de streaming FAST, marcando uma nova fase no cenário do jornalismo brasileiro.

O novo canal do Grupo Silvio Santos entra em um terreno competitivo, disputando a atenção de um público cada vez menor de assinantes de canais pagos — que caiu de quase 20 milhões em 2014 para cerca de 8 milhões em 2025.
Cenário da concorrência
A estreia do SBT News ocorre em um momento delicado para o setor de jornalismo pago, onde o GloboNews, líder consolidado no segmento, enfrenta queda de audiência.
De acordo com informações do Teleguiado, o canal da família Marinho marcou uma média de 0,07 ponto em novembro de 2025, uma queda em relação aos 0,11 registrados no mesmo mês de 2024. No atual ranking, o GloboNews foi ultrapassado pela Jovem Pan News, com CNN Brasil e Band News logo abaixo.
Essa situação oferece uma janela estratégica para o SBT News, que aposta no poder de sua marca para atrair o público e alavancar sua presença no mercado.
A entrada do canal no segmento de notícias 24h pode mexer com a dinâmica, especialmente considerando a fragilidade de alguns canais tradicionais.
A GloboNews, com sua perda de audiência, abre um espaço que o SBT News pretende ocupar, não apenas competindo pela audiência, mas também consolidando sua posição entre as grandes redes de TV.
Estratégia do SBT
O lançamento do SBT News também não é apenas uma questão de ampliar a presença na TV paga, mas também uma jogada estratégica, já que o canal entra no ar perto de um ano eleitoral.
O SBT está ciente dos benefícios financeiros que as campanhas políticas podem trazer, já que governos e partidos investem pesadamente na compra de espaços publicitários durante o período eleitoral.
Essa movimentação permite ao SBT não só ganhar visibilidade, mas também se posicionar estrategicamente no mercado publicitário e aumentar sua influência nos corredores do poder em Brasília.
Outro aspecto importante é a estratégia de foco no público A e B, ou seja, a classe média e a elite brasileira. Inicialmente, havia planos para transmitir o SBT News também na TV aberta, mas essa ideia foi descartada.
O canal optou por concentrar seus esforços nas operadoras de TV por assinatura, sinalizando que pretende priorizar um jornalismo de maior qualidade, mais voltado para as classes sociais mais altas, e fugir da imagem sensacionalista associada ao SBT no passado.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]
