Round 6, fenômeno sul-coreano que revolucionou o streaming em 2021, voltou à Netflix com uma nova temporada que já quebrou recordes e gerou discussões intensas.
A segunda temporada da série estreou em 26 de dezembro e alcançou números impressionantes: mais de 68 milhões de visualizações nos primeiros quatro dias. Com isso, ultrapassou o recorde anterior, mantido por Wandinha, que acumulou 50 milhões no mesmo período.
Além disso, a nova temporada entrou rapidamente para a lista dos programas de TV em língua não inglesa mais populares da Netflix, alcançando a 7ª posição em apenas alguns dias. A primeira temporada ainda lidera essa lista com 265,2 milhões de visualizações acumuladas em seus primeiros 91 dias.
O retorno de Round 6 também marca o reencontro do público com grandes nomes do elenco original, como Lee Jung-jae, que ganhou o Emmy por sua atuação, além de Lee Byung-hun, Wi Ha-jun e Gong Yoo. A produção também trouxe estreantes, como Park Sung-hoon e Yim Si-wan, aumentando a expectativa em torno da continuação da trama.
Críticas a Round 6 dividem público e especialistas
Apesar do sucesso inicial, a segunda temporada recebeu críticas mistas. Enquanto a primeira temporada foi elogiada por sua originalidade e ritmo intenso, os novos episódios foram considerados lentos e repetitivos por alguns críticos.
As reações negativas também tiveram impacto financeiro: as ações da Artist United Inc., empresa relacionada ao protagonista Lee Jung-jae, caíram 30% na bolsa sul-coreana um dia após a estreia. Mesmo assim, espera-se que o programa continue atraindo grandes números de audiência, e sua participação no próximo Globo de Ouro já é vista como um reconhecimento da relevância da produção.
Outro ponto de debate envolvendo a nova temporada é a escalação do ator cis Park Sung-hoon para interpretar a personagem trans jogadora 120. Na série, a personagem é uma ex-militar que entra na competição para financiar sua cirurgia de redesignação sexual, trazendo um arco de luta e resiliência.
A escolha do ator gerou críticas de internautas e ativistas, que apontaram a falta de representatividade de pessoas trans na indústria do entretenimento. Para muitos, a Netflix perdeu a oportunidade de dar visibilidade a um ator trans em um papel tão significativo.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]