Solange Couto confessou que já chegou a perder um papel em um filme do diretor francês Marcel Camus (1912-1982) após reagir a um assédio do cineasta contra ela. A artista explicou que tudo aconteceu enquanto se submetia aos testes para atuar na produção.
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Na época, ela havia sido indicada por Antônio Pitanga, seu amigo pessoal, para atuar no longa-metragem Otália de Bahia (1976), uma coprodução entre Brasil e França.
“Fiquei três meses ensaiando. [Durante os testes,] teve um dia em que o Marcel Camus falou para mim: ‘senta aqui nessa janela’. Estava de shorts. Ele estava tirando foto e de repente veio e botou a mão [em Solange], do joelho para a parte [de cima]”, disse ao podcast Papagaio Falante.
Solange, então, ressaltou: “Eu empurrei a mão dele. Aí ele tentou vir pelo interior da coxa! Empurrei a mão dele [de novo], olhei dentro da cara dele e falei: ‘a próxima, eu dou na tua cara!’ Aí ele falou: ‘é por isso que você talvez não faça o filme'”.
A atriz explicou que atitude, no entanto, custou um preço alto para ela, que descobriu ter ficado de fora do filme da pior forma possível.
“No dia seguinte, cheguei para viajar para a Bahia [com o elenco e a produção, para o início das filmagens]. Quando eu cheguei com a mala, a recepcionista falou para mim: ‘eles já foram’“, desabafou.
“Isso me custou dois meses de hospital. Eu fiquei mal. Depois de três meses de trabalho, fiquei estudando como é que fazia sotaque…”, recordou ainda Solange Couto.
Solange Couto solta o verbo sobre episódio de racismo
Na mesma entrevista, a atriz fez um desabafo surreal sobre um episódio nada agradável que passou. A atriz entregou que ouviu ofensas racistas em uma agência bancária. Ela contou que a situação aconteceu justamente com uma pessoa que tinha a mesma cor de pele que ela:
“Eu fui vítima de racismo na primeira vez de um igual. Por uma pessoa da mesma cor que eu. É muito ruim”.
Solange disse que um funcionário acreditou que ela era amante do gerente. “O gerente era super meu amigo. Eu levei dois meses sem ir à agência e fui lá confirmar se tinha entrado um pagamento“, explicou.
“Cheguei, vi um paletó na cadeira, vi um negro de camisa, gravata e tal e falei. ‘Cadê o Pezino?’. O cara olhou pra minha cara, desceu até o pé, voltou e o olhou pra minha cara: ‘Por que, tu é ‘pega’ dele?’”, revelou.
“Eu perguntei o que era pega e ele disse que o gerente era ele. E eu falei ‘Péssimo, péssimo’. Ele ensinou com todas as letras que eu era uma comida do gerente“, completou.
Couto disse que optou por encerrar a conta no banco após o episódio: “Eu falei: ‘querido, eu sou cliente e vou tirar minha conta dessa agência, não quero assunto com você porque minha panela de peixe tá furada’”.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]