Thaila Ayala abre o coração e relembra fuga de casa na adolescência

Thaila Ayala
Thaila Ayala postou texto emocionante no Instagram (Imagem: Reprodução / Instagram)

Após alertar que escreveria um textão, Thaila Ayala abriu o coração ao postar uma foto com a família no Instagram. Na longa legenda, a atriz, que nunca escondeu que passou por dias difíceis no começo da sua carreira, lembrou de quando fugiu de casa, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo, para tentar a vida na cidade grande.

“Sempre tive um sério problema pra despedidas, que nunca soube dizer tchau, não contava para as pessoas que dia ia, nem pra onde, simplesmente ia, o ‘até logo’ sem saber quando seria esse ‘logo’ sempre me angustiou a ponto de criar outras realidades na minha cabeça”, iniciou.

A artista ainda revelou que desenvolveu certa defesa: “Aprendi a bloquear meus sentimentos desde muito pequena, preferia não sentir pra não sofrer depois, preferia não criar laços pra que não houvessem despedidas por onde eu passei. Talvez seja por não ter tido a chance de me despedir quando com 15 anos fugi de casa no interior de Sp pra tentar a vida na cidade grande”.

Entrar num ônibus sozinha pra nunca mais voltar, deixando pra trás a família, a escola, os amigos, tudo o que conhecia rumo ao desconhecido, a solidão, ao perigo, a fome, a tristeza e tantas vezes a desesperança…
Como foi difícil ser apenas uma menina cheia de sonhos, perambulando por uma cidade grande e fria como São Paulo. Por anos vivi sem a previsão de quando poderia ver a minha família de novo, ou pagava o ônibus ou pagava a comida, conseguia vê-los 1 vez no ano e teve vezes que nem isso”, revelou Ayala.

“Assim fui levando a minha vida por anos, fechada, fazendo o possível pra endurecer meu coração, tentava falar o menos possível com a família pra não sofrer, tentava ir cortando todo laço afetivo porque ser sozinha me parecia ser mais fácil naquele momento. Me fechando pra amizades, pra tudo e absolutamente todos, os que conseguiam se relacionar comigo sempre tinham menos da metade de mim e quando ultrapassavam esse lugar eu logo tratada de destruir tudo porque não sabia lidar com a possível perda que na minha cabeça tinha data pra acontecer“, contou Thaila, que demorou para aprender a lição.

“Levei MUITOOO tempo, aliás tempo demais da conta numa vida tão curta pra entender que sozinha é ruim demais, que não vale a pena viver essa vida sem a dor da despedida, sem os laços que nos mantém vivos. Que entregar só metade de você faz com que você só viva e receba pela metade e que metade é pouco demais, que merecemos tudo inteiro, que transbordar é a melhor sensação do mundo”, completou.

“Esse texto é pra todos que escolheram estar do meu lado nessa trajetória mesmo tendo tão pouco de mim por tanto tempo, me ajudando a enxergar a beleza de ser inteiro. Amo vocês“, finalizou a atriz.

 

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TEXTÃO ❣️ Sempre tive um sério problema pra despedidas, que nunca soube dizer tchau, não contava para as pessoas que dia ia, nem pra onde, simplesmente ia, o “até logo” sem saber quando seria esse “logo” sempre me angustiou a ponto de criar outras realidades na minha cabeça. Aprendi a bloquear meus sentimentos desde muito pequena, preferia não sentir pra não sofrer depois, preferia não criar laços pra que não houvessem despedidas por onde eu passei. Talvez seja por não ter tido a chance de me despedir quando com 15 anos fugi de casa no interior de Sp pra tentar a vida na cidade grande. Entrar num ônibus sozinha pra nunca mais voltar, deixando pra trás a família, a escola, os amigos, tudo o que conhecia rumo ao desconhecido, a solidão, ao perigo, a fome, a tristeza e tantas vezes a desesperança… Como foi difícil ser apenas uma menina cheia de sonhos, perambulando por uma cidade grande e fria como São Paulo. Por anos vivi sem a previsão de quando poderia ver a minha família de novo, ou pagava o ônibus ou pagava a comida, conseguia vê-los 1 vez no ano e teve vezes que nem isso. Assim fui levando a minha vida por anos, fechada, fazendo o possível pra endurecer meu coração, tentava falar o menos possível com a família pra não sofrer, tentava ir cortando todo laço afetivo pq ser sozinha me parecia ser mais fácil naquele momento. Me fechando pra amizades, pra tudo e absolutamente todos, os que conseguiam se relacionar comigo sempre tinham menos da metade de mim e quando ultrapassavam esse lugar eu logo tratada de destruir tudo pq não sabia lidar com a possível perda que na minha cabeça tinha data pra acontecer. Levei MUITOOO tempo, aliás tempo demais da conta numa vida tão curta pra entender que sozinha é ruim demais, que não vale a pena viver essa vida sem a dor da despedida, sem os laços que nos mantém vivos. Que entregar só metade de você faz com que você só viva e receba pela metade e que metade é pouco demais, que merecemos tudo inteiro, que transbordar é a melhor sensação do mundo. Esse texto é pra todos que escolheram estar do meu lado nessa trajetória mesmo tendo tão pouco de mim por tanto tempo, me ajudando a enxergar a beleza de ser inteiro. Amo vocês

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Carol BittencourtCarol Bittencourt
Brasileira vivendo em Portugal, Caroline Bittencourt é jornalista, pós-graduada em Comunicação e Design Digital. Atua como redatora e produtora de conteúdo para as redes sociais. Colabora com o RD1 desde 2018. Ama viajar, seja chegando em um novo destino ou em frente à TV assistindo uma boa série.