TV Cultura esnoba ação da Polícia Federal contra superfaturamento em SP
Karyn Bravo na TV Cultura; emissora de São Paulo não fala sobre problema no governo de SP (Imagem: Reprodução / TV Cultura)
Na noite da última terça-feira (22), a ação da Polícia Federal começou a apuração sobre o superfaturamento na compra de 1.280 ventiladores pulmonares da China pelo governo do estado de São Paulo. Band, SBT, Record e Globo falaram sobre o assunto, menos a TV Cultura.
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Em abril de 2020, no início da pandemia do coronavírus, o governo comprou os equipamentos para os hospitais. Uma análise de peritos criminais da Polícia Federal mostrou que a aquisição teve um sobrepreço estimado em R$ 63 milhões.
O Jornal da Band, SBT Brasil, Jornal da Record e Jornal Nacional noticiaram os desdobramentos da investigação da PF, mas a TV Cultura, mantida com recursos públicos do estado de SP, não tratou do assunto em seu principal telejornal.
Nos telejornais que noticiaram o superfaturamento, Eduardo Ribeiro Adriano, secretário executivo da Secretaria de Saúde de SP, teve espaço para defesa e afirmou que a PF apostou em uma “ação espetaculosa, justamente em ano eleitoral, com motivação política”.
TV Cultura emite editorial contra Bolsonaro
No ano passado, depois do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nos atos antidemocráticos de 7 de setembro, a TV Cultura fez um editorial contra o “capitão”.
Em atos, que ocorreram em Brasília e São Paulo, o chefe do Executivo fez ataques pessoais a membros do Supremo Tribunal Federal, como o ministro Alexandre de Moraes. O canal alertou para os “riscos de um discurso que crie divisões entre os brasileiros e desestabilize o regime democrático”, e frisou:
“A comemoração do Dia da Pátria Brasileira ontem foi turvada pelas ameaças à democracia feita em meio à radicalização da retórica golpista adotada pelo presidente da República. Em eventos de cunho eleitoral que, no entanto, utilizam fartamente a estrutura do Estado e os cofres públicos, o chefe do poder Executivo fez ataques pessoais a membros das mais altas cortes judiciárias, prometeu desrespeitar sentenças e lançou incentivos à radicalização da sua militância”.
A TV Cultura ressaltou: “Testemunha e vítima das agruras da ditadura militar, a TV Cultura alerta para a gravidade de todas as ações que possam desestabilizar o regime democrático, colocando o país em uma rota divisionista de brasileiros contra brasileiros”.
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