Vera Fischer abriu o coração e falou sobre assuntos delicados envolvendo a sua carreira e vida pessoal em entrevista ao Conversa com Bial, da Globo. No programa, que foi ao ar na última sexta-feira (20), a famosa disse que, além de ter sido assediada sexualmente, também penou com o assédio moral.
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“Tinha gente me cantando, eu dava umas desculpas que eu não posso falar agora porque são ‘disgusting’, mas eu me safava. Aprendi a me safar rapidinho”, disparou a atriz.
A artista ainda foi questionada como era tratada nas gravações das novelas em meados da década de 1970, “numa época em que era bonito os diretores gritarem com a atriz”. Vera Fischer, então, contou que, apesar de se impor “desde a primeira novela”, foi vitima de assédio moral.
Segundo a veterana, quem mais gritou com ela no set de filmagens foi Walter Avancini (1935-2001), que a dirigiu em seu segundo trabalho na Globo, Sinal de Alerta (1978). Ela declarou que ele recorria a ofensas e xingamentos para fazer com que o elenco chorasse.
“Ele dizia assim: ‘Chora, sua loira burra, sua loira alemã que não sente nada, que não sabe chorar’. Eu falava então: ‘Venha aqui me ensinar como é que faz, qual é o botão que liga'”, disparou ela.
O restante do elenco, que incluía Paulo Gracindo (1911-1995), Vanda Lacerda (1923-2001) e Yoná Magalhães (1935-2015), se espantava com sua postura desafiadora. “Essa gente [ficava] toda parada”, lembrou.
Vera Fischer revela atitude após marido ter câncer terminal
Pedro Bial perguntou à veterana se ela lembrava de uma entrevista que ele havia feito com a atriz quando esteve internada em uma clínica de reabilitação.
“Lembro. Ali entrei por vontade própria, porque estava determinada a ouvir aquelas pessoas. Eram pessoas muito inteligentes. Cada um tinha uma história de drogadição diferente. Aprendo sempre muito com as pessoas e suas histórias”, comentou.
A primeira vez em que a artista precisou recorrer à ajuda de um analista foi quando descobriu que Perry Salles estava com câncer terminal. Ela, então, montou uma UTI no escritório de casa para ele, chamou uma equipe para cuidar do ex-marido e ainda instalou um sofá para Perry receber as visitas das ex-mulheres e dos filhos.
“Eu não conseguia chorar e tinha que segurar todos. Na época fazia ‘Caminho das Índias’. Vinha da novela e corria para casa. Fazia piada, brincava… Aí começaram a nascer feridas no meu corpo. Minha imunidade baixou para zero. Tive uma ferida muito grande na boca que ia virar um câncer e tive que extirpar. Procurei uma analista que ela disse na primeira vez que fui: ‘Pode chorar, chora. Eu te dou permissão.’ Aí eu chorei desbragadamente todas as lágrimas de dor. Quando olhei, ela estava chorando”, desabafou.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]