Vítimas de abuso revelam tudo que jornalista fazia nos bastidores da Record
Gérson de Souza é repórter da Record (Imagem: Reprodução / Record)
Novas informações sobre as denúncias de abuso sexual por parte de funcionárias da Record contra o repórter Gérson de Souza continuam chegando. Desta vez, de acordo com o jornalista Daniel Castro, do site Notícias da TV, duas mulheres relataram à polícia a forma como eram abordadas por ele.
Elas disseram que eram acariciadas nos braços e Souza dizia que pensava em suas nádegas. Ao todo, foram 12 as mulheres que o denunciaram. Apesar disso, só foram registrados os boletins de ocorrência de três delas. No relato feito por uma delas ao Notícias da TV, ela conta os detalhes.
“Ele chegava perto de você, pegava no braço e ficava alisando. Você ficava sem saber o que fazer, e ele falava: ‘Sabe por que é gostoso apertar essa parte do braço? Porque é como apertar a bunda. Ele alisava o meu braço pensando na minha bunda”, disse a mulher, que teve a identidade sob sigilo.
“Não quero que deem Google no meu nome e me vejam como vítima de assédio sexual”, explicou ela sobre o motivo de não querer se identificar. Ela é uma jornalista da Record e trabalhou com o profissional durante cinco anos no “Domingo Espetacular”. Segundo ela, a “brincadeira era recorrente”.
“As pessoas em volta achavam engraçado, mas era tosco, constrangedor”, lamenta a mulher. “Que gostoso! Sabe por que é gostoso? É gostoso porque essa parte parece a bunda, lisinha, molinha”, dizia o jornalista à ela, segundo o depoimento da vítima. O jornalista, por sua vez, nega tudo.
“Ele era pegajoso, ficava acariciando, dando beijo de surpresa. Elas ficavam muito incomodadas, tentavam disfarçar, mas dava para perceber pelo olhar que elas queriam que ele parasse”, falou uma das mulheres que testemunharam o caso. As vítimas se sentiam intimidadas por ele.
(Imagem: Reprodução / Record)
Elas não se sentiam confortáveis em fazer a denúncia e uma das mulheres revela o motivo: “Por ser um repórter experiente, respeitado, mais velho, a gente sempre ficava com um pé atrás”. Entre as mulheres que sofreram nas mãos do jornalista, estavam as mais novas, de 20 anos, e mais velhas, de 40.
Eram morenas e loiras, quase todas jornalistas, entre chefes e subordinadas, inclusive mulheres grávidas. Na maioria dos casos, o assédio era verbal, quando elas eram chamadas de “gostosas” e até de “putinhas”. Em alguns casos, havia o contato físico, com abraços, tocando os seios delas.
Outras eram tocadas na cintura e outras chegavam a ser surpreendidas com selinhos roubados por ele. Uma das produtoras que teria sido vítima do jornalista afirma que ele a beijou na boca, sem a sua autorização: “Ele chegou por trás e me beijou na boca. Ficou mostrando a língua”.
“Saiu dizendo que roubado era mais gostoso. Foi nojento”, disse ela à publicação. O crime era recorrente e o caso foi levado ao departamento de Recursos Humanos, quando a Record as orientou a levar o caso à polícia. A emissora forneceu transporte e assistência jurídica a todas elas.
Jornalista da Record nega as acusações
A Record optou por afastar o repórter das funções até o dia 10 de junho, quando ele entraria de férias. Por fim, será tomada uma decisão quanto a sua permanência ou afastamento após o fim das investigações. Em resposta ao Notícias da TV, o jornalista acusado desmente todas as acusações.
Ele disse que está sendo “vítima de revanchismo” e que a responsável é uma produtora. “Eu reclamei com a chefia da qualidade das pautas dela, era roteiro que não tinha o nome do entrevistado, que não tinha informações. Estou vendo isso como revanchismo”, disparou o jornalista.
“Tenho certeza de que ela está reagindo a uma observação que fiz sobre a qualidade do serviço dela. Isso é um grande mal-entendido. Não assediei ninguém”, finalizou.
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