Wagner Moura está fazendo cada vez mais sucesso em sua carreira internacional, mas nem por isso deixa de se preocupar com os problemas que atingem os brasileiros, como é o caso do atual presidente, Jair Bolsonaro.
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Em entrevista à Folha de São Paulo, o ator declarou tudo que pensa sobre o governante e declarou com todas as letras: “Bolsonaro veio do esgoto da história”. A declaração foi feita ao falar sobre seu novo filme, Marighella.
A produção enfrentava problemas há dois anos, por conta de um imbróglio envolvendo a Ancine, a Agência Nacional do Cinema, além da pandemia, e ele disse que o conteúdo foi censurado pelo órgão.
O motivo seria o fato de tratar-se de uma biografia de Carlos Marighella, guerrilheiro comunista que lutou contra a ditadura militar:
“As negativas da Ancine para o lançamento e, depois, o arquivamento dos nossos pedidos não têm explicação. E isso veio numa época em que o Bolsonaro falava publicamente sobre filtragem na agência”.
“Qualquer obra é a conjunção do que um realizador pensa e projeta com o tempo em que aquela obra é vista. A polêmica de ‘Marighella’ é muito menos sobre o Carlos Marighella e a luta armada do que sobre o governo Bolsonaro”, declarou.
“É um filme sobre um personagem histórico, de seu tempo; Bolsonaro que é um personagem anacrônico”, prosseguiu. Quanto ao atual governo e sua atuação na cultura brasileira, o ator não poupou críticas:
“Eu costumo dizer que a vitória do Bolsonaro nas eleições foi trágica, mas pedagógica. Esse cortejo de mediocridade que vem atrás dele mostra que o Bolsonaro não é um alien, não veio de Marte. Ele é um personagem profundamente conectado ao esgoto da história brasileira, que nos mostra que o Brasil não é só um país de originalidade, de beleza, de potência, de diversidade, de biodiversidade”.
“O favor que o Bolsonaro nos fez foi revelar esse outro Brasil, que estava camuflado; foi nos mostrar que nós também somos um país autoritário, violento, racista, de uma elite escrota”, declarou.
“O Brasil é um país que nem é mais uma piada internacional. Quando os estrangeiros vêm falar com a gente, eles falam com pena. Agora nós temos que enfrentar isso”, avaliou.
Quanto à atuação do ator Mario Frias na Secretaria Especial da Cultura, ele avaliou:
“Qualquer pessoa que aceite fazer parte desse governo já é, por excelência, anticultura, anti-direitos humanos, anti-meio ambiente, antiprogressismo. Você olha para qualquer um deles e vê que são pessoas medíocres, recalcadas”.
“Se a eleição fosse hoje, eu votaria no Lula. Eu reconheço ele, talvez, como o presidente mais importante da história do Brasil. Mas lá no primeiro mandato eu já reconhecia que nós temos que sair daqui para algo além”, confessou.
“Do PT, a gente tem que buscar outra coisa, uma ideia de país que foi esboçada por esses governos, mas não suficientemente. Por um tempo eu achei que a Marina Silva representava esse passo adiante, mas eu ainda procuro por esse alguém, seja na figura de um partido ou de um político”, opinou.
“Há muitos políticos que eu respeito, jovens, que podem virar esse passo adiante, mas agora o momento é de reconstrução da democracia, de políticas públicas que beneficiem a maioria. Então se a eleição fosse hoje, eu acho que eu votaria no Lula”, completou.
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