William Bonner deu mais uma aula de jornalismo ao vivo no Jornal Nacional e puxou a orelha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na briga particular entre a Globo e o atual governo, mas mais precisamente na guerra particular da imprensa com o negacionismo e as fake news.
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O telejornal da última sexta-feira (5) repercutiu uma declaração do laboratório responsável pela fabricação da ivermectina, afirmando que “não existe base científica” de que o remédio combate o novo coronavírus.
Ao lado de Renata Vasconcellos, William Bonner destacou que o remédio, alardeado por Bolsonaro e pelo Ministério da Saúde, na gestão do general Eduardo Pazuello, não tem eficácia comprovada após estudos pré-clínicos:
“O laboratório Merck Sharp and Dohme, que fabrica o medicamento ivermectina, soltou uma nota em que declara que não existe base científica que indique efeitos terapêuticos desse medicamento contra a Covid-19 em estudos pré-clínicos. Ou seja, em testes com cobaias, como camundongos, por exemplo”.
O apresentador continuou e informou ao público do Jornal Nacional que, segundo o laboratório, “não existem evidências significativas de eficácia clínica em pessoas que contraíram o coronavírus”, e mais:
“A ivermectina é indicada para o combate de verminoses e piolho também. A Anvisa já declarou que esse medicamento deve ser usado apenas para este fim, como consta na bula”.
Na sequência, Bonner cutucou o “capitão” e afirmou que tanto ele quanto o Ministério da Saúde estimularam o uso do medicamento, algo visto em várias coletivas de imprensa, entrevistas e até nas lives semanais do presidente:
“O presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde estimularam o consumo desse medicamento. E de outros, que não têm eficácia, como um suposto tratamento precoce da Covid. E isso acabou se tornando um problema adicional para os médicos na pandemia, como a gente vê na reportagem”.
Clovis Arns da Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, disse na matéria que “o governo federal deve fazer um mea-culpa” ou pelo menos “mudar a sua conduta”. “[Que] Pare de dizer que a cloroquina vai salvar vidas e evitar doença”, completou.
Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].