Considerada peça fundamental no chilique de Regina Duarte na CNN Brasil, Maitê Proença recordou o episódio, em maio, e considerou que seu papel não foi de pivô na ruptura da Namoradinha do Brasil com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), alvo de críticas contundentes da ex-contratada da Globo em recente entrevista à revista IstoÉ.
VEJA ESSA
Para a famosa, faltou diálogo entre Regina e a classe artística enquanto secretária Especial de Cultura do governo. “Como o governo não tinha interesse naquela pasta deram a ela um cargo decorativo. Deve ter sido quase impossível mexer na estrutura dividida que ela recebeu. Quando a Cultura virou Secretaria, os assuntos que estavam sob um só órgão, foram loteados entre o Ministério da Cidadania e o do Turismo”, apontou.
“Os dois ministérios, sabedores de que cultura não era prioridade, não se comunicavam. Por isso mesmo, Regina deveria ter pedido ajuda à classe para, ao menos, desenhar uma política para o setor, e para que nós a ajudássemos a colocar essa ideia em prática, sobretudo num momento em que há 5 milhões de trabalhadores das artes desempregados”, opinou Maitê.
Para ela, Regina deu vários tiros no pé enquanto secretária. “Depois das graves afirmações e da cantoria ocorridos naquela mesma entrevista [na CNN Brasil], não dava pra Regina permanecer como representante da cultura de nosso país. Nossa arte é diversa, plural, miscigenada e independente. E as artes repudiam veementemente a repressão dos regimes autoritários”, garantiu.
Proença se atentou ao trabalho feito pela ex-colega de emissora como ponte entre o Ministério da Cidadania e do Ministério do Turismo. “Ela conseguiu que o Ministério da Cidadania transferisse para o do Turismo (sob o qual fica a Secretaria da Cultura) tudo que estava impossibilitando o andamento de vários trâmites importantes, como o do Fundo Setorial do Audiovisual. E isso é bastante coisa!”, ressaltou.
Como crítica a Bolsonaro, a atriz desabafou sobre o clima político do país. “Os regimes totalitários nunca apoiaram as artes porque estas florescem na liberdade. E sistemas como o nosso atual — que vem mostrando perigosamente a que veio — precisam da falsidade e escuridão”, atacou.
Para a artista, ninguém fará um bom trabalho como secretária de Cultura do atual governo. “Dificilmente seria convidado para o cargo uma pessoa por cima de quem o governo não pudesse sapatear”, analisou. “E se, por mágica ou desinformação (mais provável no caso), acontecesse de chamarem uma personalidade muito respeitável como um Cacá Diegues ou a Fernandona [Fernanda Montenegro], gente desse naipe não aceitaria”, apostou.
Maitê Proença falou sobre Mário Frias e criticou o título de ex-Malhação dado a ele em tom de desmerecimento. “As pessoas usam o fato de ele ser um ator da série Malhação para desmerecê-lo. É preconceito e tolice. O que me aflige é tentar entender porque alguém aceita um abacaxi desses sabendo que não poderá ser útil? Ou ele tem um coelho de pelos dourados na cartola pra driblar o desinteresse do governo ou tem um projeto pessoal de poder. Pelo bem da cultura, espero que seja o coelho!”, alfinetou.
A Redação do RD1 é composta por especialistas quando o assunto é audiência da TV, novelas, famosos e notícias da TV. Conta com jornalistas que são referência há mais de 10 anos na repercussão de assuntos televisivos, referenciados e reconhecidos por famosos, profissionais da área e pelo público. Apura e publica diariamente dezenas de notícias consumidas por milhões de pessoas semanalmente. Conheça a equipe.