José Roberto Maciel, CEO do SBT, defendeu com unhas e dentes a postura de Silvio Santos a respeito das mudanças impostas pelo patrão na programação do canal nos últimos meses. Nesta semana, o veterano já movimentou os programas pelo menos duas vezes, com a chegada do Primeiro Impacto na hora do almoço e a saída do telejornal para a chegada do seriado Chaves.
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Em entrevista ao Meio & Mensagem, o vice-presidente da emissora disse enfaticamente que “o SBT sempre se move” e ponderou sobre o discurso de que a casa “cheira à naftalina” pelo seu elenco formado por nomes como Carlos Alberto de Nóbrega e Raul Gil.
“Ainda existe uma sensação de que, por termos em nosso elenco ‘meninos’ como Silvio Santos, Carlos Alberto de Nóbrega e Raul Gil, a emissora é estagnada e cheira à naftalina. Isso não é verdade e, se fosse a realidade, não teríamos ganhado market share de 2015 para cá. Esse crescimento foi fruto das novas plataformas e de uma estratégia de comunicação das marcas que já começam a olhar para as mídias de forma 360º”, apontou.
O executivo entrou no tema do jornalismo e, pela segunda vez, preservou Silvio das críticas. “Algumas pessoas atribuem isso a uma suposta crença de que o Silvio não gosta de jornalismo. Não é verdade. É muito mais difícil consolidar o pilar de informação em uma empresa onde o DNA é de diversão, de entretenimento. É fato que as pessoas se acostumaram a consumir muito mais entretenimento do que informação no SBT”, avaliou.
Maciel lembrou do projeto criado em Brasília envolvendo o departamento. “Estamos montando um núcleo, em Brasília, que já conta com uma estrutura de espaço físico e equipamentos, para cobrirmos o noticiário de política e economia ao longo de todo o dia”, detalhou.
Em defesa dos formatos, dos quadros e dos programas do SBT, o CEO garantiu que “há muito conteúdo novo” mesmo em atrações com décadas na casa e citou Luciano Huck. “[Ele] está há 20 anos na Globo, mas sempre que ele apresenta um novo quadro, dizem que ele está inovando. Não é justo isso. A área de mídia das agências já não conhece mais televisão como conhecia no passado e é fundamental que anunciantes e todo o mercado conheçam o que estamos fazendo do lado de cá”, desabafou.
“Acho injusto esse título que nos dão, pois isso desmerece o trabalho que fazemos de investir em conteúdos novos o tempo todo. Temos realities, programas bem acabados, com boa estética. Temos que comunicar um pouco melhor esse SBT que se move e que não cheira à naftalina”, discursou.
As mudanças na grade promovidas pelo pai de Patrícia Abravanel, para José Roberto Maciel, “fará parte da história do SBT para sempre”. “É muito difícil separar as decisões tomadas de forma executiva, pelos gestores, daqueles às vezes tomadas pelo Silvio. Alguma coisa que é feita pela gestão de forma bem sucedida será atribuída a ele, mesmo que ele não tenha participado, assim como, se algo der errado, será atribuído a ele, também. Ele sempre será culpado, para o bem ou para o mal”, refletiu.
Para o funcionário, o patrão “sempre procurou perseguir a audiência” e confidenciou que ele busca “isso por meio de tentativa e erro”: “Se analisarmos, ele não mexeu na estrutura básica do SBT. Foram mudanças de um formato que ele está tentando encontrar, na faixa da tarde, porque ele se envolveu na pauta, no formato, na criação”.
“Quem dera chegássemos aos 90 anos, assim como ele, com energia e disposição para fazer as coisas. Quando ele erra, temos de absorver as críticas. Faz parte. Temos de aprender a lidar com as críticas pertinentes e tentar corrigir os erros”, finalizou.
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