Destaque no BBB 2019, Rodrigo França lançou um livro recentemente no qual relata tudo sobre a experiência que viveu durante a sua passagem pelo reality show. Escrito em parceria com o jornalista Adalberto Neto, Confinamento e Afins não cita nominalmente os envolvidos, mas também não esconde as polêmicas que Rodrigo passou durante a sua estadia no programa.
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O ator, diretor e cientista social contou que foi surpreendido ao ser parado por um olheiro, quando foi informado que a Globo procurava um participante com o seu perfil: “negro, professor e militante”. A edição marcou por contar com cinco participantes negros, um recorde na história da atração. As informações são da coluna de Maurício Stycer, do UOL.
Rodrigo descreveu alguns episódios nos quais afirma ter sido vítima de racismo. Dentre elas, mesmo que estruturais, o fez se sentir ofendido: “Um dos participantes brancos teve a petulância de me chamar de ‘negão’. Fiz uma cara de paisagem, que foi uma das minhas marcas no programa para evitar falar o que muitos precisavam ouvir, e ele logo percebeu que eu não havia gostado“.
O ex-BBB também se defende das cobranças que recebeu por não rebater as agressões que sofreu durante o confinamento. “Meu silêncio não foi covardia, foi economia de energia“, sintetiza. “Racismo não é entretenimento. Não dá para romantizar na televisão algo que exclui, diminui e mata diariamente“, dispara.
Um bom espaço do livro é dedicado ao momento que Paula disse ter medo ao culto de Rodrigo a um deus de religião de matriz africana. “Eu poderia usar o termo intolerância religiosa, como muita gente opta em definir. Mas, para mim, quando uma pessoa é intolerante com uma religião de matriz africana, isso tem outro nome: racismo religioso“, define.
A declaração fez Paula ser indiciada, mas a denúncia acabou sendo arquivada. Rodrigo, entretanto, pretende recorrer. “Mas irei até a última instância, por dever ancestral. Por compromisso com todo um povo de terreiro“, escreve.
Rodrigo também cita o fato do seu ronco virar uma questão dentro da casa. “O ronco me transformou em uma espécie de ogro naquele programa. (…) O fato é que, logo na primeira noite naquele lugar, a minha presença incomodou até enquanto eu dormia. Durante a madrugada, fui atingido no rosto por um participante com um travesseiro. Ele reclamava do meu ronco“, lembra.
“Tinha plena consciência de que não podia dizer, no horário nobre de um dos maiores canais de TV do mundo, que o criminoso não era eu, mas quem reclamava do meu ronco. Ninguém ia me entender, eu ia virar piada e, mais uma vez na vida, ouviria as palavras ‘vitimismo’ e ‘mimimi’ em uma mesma frase“, lamenta o ex-brother.
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