Após divergências, roteiristas da série ficcional sobre Marielle Franco deixam projeto

Marielle Franco

Roteiristas da série sobre trajetória de Marielle Franco deixam equipe após divergências com o diretor José Padilha (Imagem: Reprodução / Globo)

A série ficcional que vai recontar a trajetória da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), brutalmente assassinada em março de 2018, recebeu quatro baixas de uma vez. Roteiristas que estavam à frente da adaptação da produção deixaram o projeto devido divergências com o diretor José Padilha.

Segundo a jornalista Telma Alvarenga, da coluna de Ancelmo Gois, do jornal O Globo, todos os quatro redatores responsáveis pelo roteiro deixaram a trama. Além de Padilha, apenas as duas pesquisadoras e um diretor, assim como os roteiristas, todos negros, seguem no desenvolvimento da história que tem coprodução com o Globoplay.

Em nota enviada à imprensa, a Globo afirmou que os escritores serão reaproveitados em outros trabalhos da casa e o time será substituído, através dos “mesmos critérios de talento e diversidade que orientam essa obra e todas as produções e coproduções do Globoplay e dos Estúdios Globo”.

Segundo o jornalista Maurício Stycer, do UOL, a série ainda está em processo muito primário. Nenhum capítulo foi escrito totalmente. As divergências teriam ocorrido sobre os caminhos dramatúrgicos que a série estaria tomando.

Desde o seu anúncio, a produção recebeu críticas sobre diversos fatores, como a composição de uma  equipe predominantemente negra, que poderia configurar a prática do tokentonismo, ou seja, uma ação apenas simbólica destinada a responder à crítica de falta de diversidade racial e inclusão na produção.

Apesar disso, os três principais envolvidos, a criadora do projeto Antonia Pellegrino, o diretor Padilha e o autor responsável por supervisionar os trabalhos, George Moura, são todos brancos.

Outra questão seria a participação de Padilha, que sempre é apontado como extremo defensor de uma posição política de direita, no projeto. Posicionamento reforçado após ele assinar a direção de O Mecanismo (2018), série da Netflix, que enaltece a Operação Lava Jato e faz fortes críticas ao governo do PT. Marielle, como é de conhecimento público, fazia parte de um partido de esquerda.

Da Redação
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