Globo é condenada a indenizar manicure que participou do Caldeirão do Huck

Vânia Ibraim e Luciano Huck

Vânia Ibraim foi premiada no Mandando Bem, mas acusou a Globo de mandar mal (Imagem: Reprodução / Globoplay)

Em 2012, a manicure Vânia Ibraim de Oliveira participou do Mandando Bem, quadro do Caldeirão do Huck, semanal da Globo. Mesmo recebendo prêmios, como mostrado na TV, a mulher explicou que nem tudo foi como pareceu e precisou entrar na justiça contra a emissora, pedindo uma indenização financeira.

Ela conseguiu, com muito esforço, comprar uma moto e já estava na terceira moto. As motos estavam quebrando de tanto que ela rodava a cidade do Rio de Janeiro. Era um serviço de manicure express (…) Eu peguei a moto e prometi que, se ela se transformasse numa empreendedora estudando e entendendo o mercado, eu iria transformar a moto dela nos prêmios que ela receberá hoje“, explicou Luciano Huck na ocasião, anunciando o que vinha pela frente.

Resumidamente, o Caldeirão prometeu para a moradora da favela da Maré as seguintes coisas: uma moto reformada (e duas outras novas), pagamento de salário enquanto Vânia fazia um treinamento de empreendedorismo, R$ 30 mil como caixa da empresa (que também ganharia site e identidade visual), dois notebooks, um veículo, um trailer itinerante para o atendimento dos clientes e todas as licenças necessárias

As promessas do Caldeirão para a manicure foram as seguintes: entrega de uma moto reformada e outras duas motos novas; pagamento salário enquanto Vânia estivesse realizando o treinamento de empreendedorismo; R$ 30 mil de capital de giro; um veículo Saveiro; dois laptops; trailer itinerante para o atendimento de clientes; abertura da empresa e obtenção das licenças necessárias; e elaboração do site da marca e de toda a identidade visual da empresa.

De acordo com o Notícias da TV, Vânia Ibraim moveu uma ação na 6ª Câmara Cível do Rio de Janeiro e, em segunda instância, conseguiu uma indenização de R$ 30.000 e também um salário de R$ 1,9 mil — em decisão do desembargador Nagib Slaibi — alegando que nem tudo foi cumprido.

De acordo com o processo, a manicure revelou que o trailer não veio com os alvarás e todas autorizações precisas para circular por aí. A princípio, a Globo negou as acusações e chegou a vencer em primeira instância, alegando que tais documentos seriam de responsabilidade da participante do seu quadro. No primeiro pedido, negado, a indenização seria de R$ 200.000 e o salário de R$ 5.300.

Apesar das coisas ditas não tenham sido fixadas em contrato, Nagib Slaibi intercedeu em favor de Vânia Ibraim: “Forçoso concluir que os termos do contrato devem levar em conta, também, o que foi prometido em cadeia nacional de televisão, tanto pela credibilidade que ostenta o veículo de comunicação envolvido, como pelo fato de que a participante é uma pessoa humilde, com clara hipossuficiência econômica e de conhecimentos sobre o que iria ser alterado em sua vida“.

Além de destacar as condições financeiras da manicure, o desembargador ainda determinou que a emissora seja reponsável pela regularização do trailer, além dos acertos tributários em nome da carioca, em relação à Receita Federal. A decisão veio no dia 16 de setembro de 2020 e a última movimentação do processo foi no dia 8 de janeiro de 2021.

Enquanto a Globo se negou a comentar o caso “sob judice”, os advogados de Vânia frisaram que a defendida não teve interesse de tornar público esse processo:

Nunca teve interesse em buscar a divulgação midiática do caso através da imprensa ou das redes sociais ou procurou fazer qualquer tipo de sensacionalismo sobre um fato que tanto causa-lhe abalo psicológico. Apenas sete anos após o ocorrido a situação veio ao conhecimento do público, sem a prévia consulta à Sra. Vânia“.

Da Redação
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