Kelly Key foi uma das entrevistadas do Altas Horas deste sábado (16), na Globo, falando sobre assuntos impactantes como o machismo e o assédio, que, por sinal, partem da mesma fonte na maioria das vezes. Claudia Raia e Maju Coutinho, presentes no palco, também deram opiniões breves sobre o tema.
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Antes de tudo, a cantora explicou porque nunca falou disso tão abertamente: “Acho que a maioria das mulheres já passou por isso. E por quê eu nunca falei disso? Porque somos oprimidas, achávamos que se calar era muito mais inteligente. Algumas continuam pensando da mesma maneira“.
Apesar de nunca ter sido assediada, Kelly relembrou de experiências nada agradáveis no início da carreira, em 2001: “Sempre tive muita sorte. Não sei o porquê, mas tive poucas experiências como essa. Na televisão, diretores viam uma foto de divulgação comigo usando vestido, e eu chegar no programa de calça jeans e ouvir: ‘Eu chamei uma cantora que usasse saia’“.
Na sequência, a artista desabafou sobre o quão desagradável foi passar por certo tipo de coisa: “Parece que você precisa a todo tempo provar algo. Isso reprime, porque você não dança mais da mesma maneira e você não se veste do jeito que gostaria. Até chegar à maturidade e ligar o f#da-se. Você fica mais seguro de si e de suas convicções, de que você não precisa provar nada para ninguém“.
“Por fazer parte do movimento pop, a gente usa muito o corpo na dança. A sensualidade está no palco. O corpo da mulher sempre foi muito sexualizado e nunca viam isso de bom tom. Falavam que minha música era ousada e que usava a sensualidade para divulgar minhas músicas”, continuou Kelly Key, relembrando o auge de seu sucesso com músicas como Baba Baby e Cachorrinho.
Por falar nessa fase, a mãe de Suzanna Freitas contou que era mal interpretada com seu trabalho: “A cena que eu lambia o dedo com brigadeiro, no clipe de Adoleta, aquilo era horrível… São coisas tão simples! Se isso tivesse me afetado de alguma maneira, quem seria eu hoje? Foto de biquíni no Instagram? Nem poderia“.
Claudia Raia interveio, fazendo um mapa do machismo no Brasil: “Estavam todos [os machistas] escondidos atrás das máscaras. Hoje temos porta-vozes desse machismo, então as pessoas resolveram se mostrar“.
Maju Coutinho enalteceu a evolução das mulheres em conseguir identificar mais situações invasivas: “Olhando para trás, tem muita coisa que as mulheres nem tinham noção de que se tratavam de assédio. É uma mudança total de mentalidade“.
Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.