Prestes a retornar à telinha da Globo na segunda fase de A Vida da Gente, Alice Wegmann lembra com carinho de Sofia, sua personagem na trama, e também do seu trabalho.
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“Foi minha primeira novela. Tinha feito uma participação em Malhação, mas em A Vida da Gente que senti minha profissão começar. Contracenei com muita gente especial e tinha um texto abordando relações humanas, que é o que eu gosto de estudar e tentar compreender. Foi a novela que apontou o caminho para o que eu queria profissionalmente para os próximos anos”, contou a atriz, em conversa com a revista Quem.
Para quem não se lembra, na trama, a personagem de Alice é uma jovem tenista que é muito pressionada. Como a artista praticou ginástica olímpica por 8 anos, ela entendeu bem o que Sofia passava. “No Brasil, o esporte já sofre com o pouco incentivo do governo, das marcas e muitos técnicos – não dá para generalizar, é lógico – da época em que fiz ginástica olímpica, dos 3 aos 11 anos durante sete horas por dia, existia muito assédio da parte dos técnicos – tanto sexual, quanto moral. Sofri muito assédio moral ao longo da vida”, revelou.
“Eu tinha 8 anos de idade e escutava técnico gritando no meu ouvido: ‘Sua incompetente’. Esse tipo de coisa, a mãe da Sofia também dizia para ela. Eu era federada em ginástica olímpica, mas também já tinha feito aulas de tênis e foi gostoso voltar a exercitar e treinar esse esporte para a novela”, contou.
“Acho que, na época da novela, tinha essa relação dentro de mim, no meu subconsciente pelo o que eu vivi em anos anteriores, mas ainda não tinha maturidade para entender todas as coincidências. Era algo que estava em mim, mas não pensava sobre. Tapava, sabe?”, completou.
Na entrevista, Alice Wegmann ainda refletiu sobre quem é agora e quem era na época da gravação: “Hoje, tenho outro entendimento da relação entre as duas. A mãe oprimia muito a filha, de todas as formas. Ela projetava na filha a ideia de que a menina teria que ser uma grande tenista. De certa forma, era uma relação abusiva”.
“Lembro de uma cena no vestiário. Era a minha primeira cena de emoção. No roteiro, estava escrito ‘Sofia chora’. Fui ao Projac pensando que não sabia chorar em cena, mas na hora que ela me falou aquelas palavras absurdas, começou a vir uma emoção. Eu não entendia nada, perdi o controle do meu corpo. Só estava ouvindo o que ela falava e achava a coisa mais horrorosa do mundo todas aquelas palavras. Meu entendimento daquilo tudo era limitado. Hoje, eu penso muito mais”, disse.
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