O apresentador Matheus Ribeiro usou as redes sociais no Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ para desabafar. Em seu perfil do Instagram, o jornalista da Record postou um longo texto em que fala sobre o processo de aceitação e relembrou a época em que precisou falar sobre sua sexualidade:
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“Há alguns anos, quando comecei a trabalhar em TV e já tinha a consciência de que não cabia na caixinha da heterossexualidade, sofri com uma angústia terrível. Eu me via numa encruzilhada, destinado a escolher entre construir uma carreira de sucesso ou ter a plena liberdade de ser quem eu sou. Eram coisas excludentes naquele momento. Eu olhava minhas referências, os grandes âncoras e apresentadores, e não via ninguém abertamente gay ou bi; via colegas de redação com história e competência inquestionáveis, mas que tiveram que adotar uma postura ‘discreta’ sobre a vida pessoal em nome de suas funções”.
“Só que, inconscientemente, fui trilhando um caminho que me libertou dessa ‘escolha difícil’. A cada nova experiência, a cada novo amor, eu via crescer em mim a coragem para me libertar das amarras que um personagem imporia em minha vida. ‘A gente veio ao mundo para quebrar paradigmas’, ouvi certa vez. E isso ficou tatuado na minha memória. Eu, que sempre busquei ser o mesmo na TV ou fora do ar, não poderia sucumbir diante de algo tão genuíno e necessário como o amor e as mais variadas formas de vivê-lo“, completou.
Ele ainda seguiu falando sobre um momento muito delicado que viveu. “E foi assim, num momento muito importante da minha carreira, quando tentaram me constranger por causa da minha sexualidade, é que desatei o nó que havia na garganta e provei, pela primeira vez, do orgulho de ser quem eu sou. Passado algum tempo, já reconheço a importância disso na minha vida, mas ainda fico surpreso a cada mensagem de alguém que se sentiu inspirado pela história que vivi“, recordou o apresentador, completando:
“Seria hipocrisia dizer que não há mais medo, mas ele não me limita. Enquanto ainda precisamos noticiar o ‘apresentador gay’, a ‘cantora trans’, a ‘CEO lésbica’, é porque estamos longe de um mundo livre de preconceitos. É porque ainda somos tratados como exceção. Então, vamos gritar para todo mundo ouvir!”.
Ao concluir o texto, Matheus, que comanda o DF Record, postou: “Encerro com uns versos despretensiosos: ‘Estou livre daquela carapaça. / De todo aquele arcabouço de medos, travas, inseguranças. / Tirei a roupa do personagem. / E agora só resta o cerne de mim mesmo. / Nu, cru, exposto. / Pro bem e pro mal, arriscando-me nos labirintos da existência. / E convicto: / Este é o único modo de ser feliz‘”.
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Guinho Santos é formado em Jornalismo e escreve sobre o universo das celebridades há dez anos. Reality show, bastidores da TV e novelas também são seus pontos fortes. Além disso, possui experiência como Social Media e apresentador. Seu canal na web é através do Instagram @guinhosantos__.