A Televisa lança nesta segunda-feira (5), às 21h30, a novela La Desalmada. Fãs do México e do Brasil veem a produção como uma tentativa da gigante do entretenimento de retomar o folhetim tradicional – aquele que acostumamos a acompanhar no SBT. Por trás da trama está o produtor José Alberto Castro e a adaptadora Ximena Suárez, responsáveis por êxitos como Rubi (2004), Teresa (2010) e A Que Não Podia Amor (2011), vistas por aqui através da faixa Novelas da Tarde.
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A desalmada do título é Fernanda (Lívia Brito), violentada no dia do casamento pelo líder dos homens que assassinam seu noivo, Santiago (Yahir). Três anos depois, enquanto articula sua vingança, a protagonista deixa-se envolver por Rafael (José Ron). O grande conflito, contudo, está no reencontro de Fernanda com o responsável por suas agruras: Otávio (Eduardo Santamarina), pai de Rafael.
José Ron marcou presença na tela do SBT com A Que Não Podia Amar e Quando me Apaixono (2010); ele também participou da nova versão de Rubi (2020), disponível no Globoplay. Lívia Brito e Eduardo Santamarina foram vistos, até junho, em Triunfo do Amor (2010). A escolha dela para La Desalmada causou polêmica: além da expectativa para a escalação de Ana Brenda Contreras, de Coração Indomável (2013), Lívia e o noivo se envolveram em um caso, recente, de agressão contra um fotógrafo.
A grande questão em torno do folhetim, porém, é mesmo a retomada do estilo que consagrou a parceria do SBT e do Globoplay. “A Televisa de 2016 em diante, mais ou menos, começou a flertar muito com a inspiração dos sucessos das séries. Houve uma ruptura muito grande com todo o molde clássico que eles faziam até então, sobretudo no horário nobre“, destaca Thiago Fernandes, criador do canal no YouTube Almanaque Latino, que acumula mais de 100 mil inscritos.
“Começaram a vir novelas com continuações e temporadas, novelas com pegada de ‘narconovelas’, e o público foi abandonando o horário nobre. As novelas que mantinham audiência alta eram justamente as mais clássicas. Vai ver é por isso que as novelas que a gente vê no SBT tem cerca de 10 anos da exibição original“, completa Thiago, analisando a opção do canal de Silvio Santos por títulos como Amores Verdadeiros (2010):
“Não há quase opção para as Novelas da Tarde do SBT. Quem sabe essa retomada inspire o SBT a olhar para produções mais recentes“.
Thiago salienta que o próprio José Alberto Castro apostou fortemente em novelas com caras de série. “Ele produziu Por Amar Sin Ley 1 e 2, sobre um escritório de advogados – com direito ao caso da semana, histórias de cliente com começo, meio e fim –, Médicos – Linea de Vida. E o mais curioso é que agora ele traz La Desalmada, uma novela mais clássica, sem ter dado um final definitivo pra essas duas que eu citei antes“.
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.