O ator João Vicente de Castro deu uma entrevista reveladora à Quem. O humorista abriu o jogo sobre o desejo de ser pai, mas confessou que tem alguns pontos em relação à paternidade:
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“Ter filho de uma maneira que eu acho responsável é um trabalho para sete pessoas fazerem juntas. Eu sou controlador com minha vida, e filho tem muitas variáveis que podem dar errado. O filho pode virar um imbecil, falar ‘papai, bandido bom é bandido morto’. E aí, queridão, faz o quê? Matar não pode, espancar não pode, mandar embora não pode, e você tem que conviver com um bolsominion. Não dá”.
“Eu tenho uma cachorra com quem não me dou bem. Ela mora aqui, a gente não se fala. É horrível. Só que você alimenta, coloca outro cão feliz do lado dela, e ela fica feliz. Um filho não. Ele fala, vai querer dividir suas ideias. Aí você, que tá lendo diz: ‘claro que não, só você criar’. A mãe do Bruno Gagliasso criou o Bruno Gagliasso e o Thiago Gagliasso, como Porchat disse uma vez. Como faz? Um homem fofo e um imbecil completo, talvez dos maiores que a gente tem hoje em dia“, explicou.
“Isso que me assusta, não tem maneira certa ou receita. Tenho medo de perder minha liberdade. Outro dia alguém me perguntou porque estou há quatro anos sem namorar. É difícil imaginar uma mulher na minha vida neste momento, com a liberdade que eu tenho. Para ter uma relação com outra pessoa ou ter um filho, você tem que abdicar de certas coisas“, continuou ele, completando:
“Sempre tive vontade de ser pai. Quando era criança e perguntavam o que queria ser quando crescer, eu falava ‘pai’. Mas tenho muito medo de não ser o pai foda que eu gostaria de ser e, consequentemente, ter um filho que eu não vá admirar. Fora isso, filho tem que ser um projeto com muita dedicação e eu faço tanta coisa… Como eu chego para uma mulher e falo ‘olha vou ter um filho, mas vou continuar tendo minha vida’? Não tem como e nem acredito nisso. É muita responsabilidade, um projeto de 18 anos no mínimo. Mas é uma ideia que eu quero”.
Questionado pela publicação se teria filho sozinho ou com uma amiga, João deixou claro: “Uma produção solo eu pensaria. Um produção com uma amiga eu acho difícil. Se acontecesse de engravidar uma mulher sem querer e ela falasse ‘bicho, beijo, fui’, acho que eu ia gostar. Não sei como ia fazer, mas arrumaria um jeito. Mas esse projeto (de ser pai) tem que ter paixão, tem que ter amor entre as duas pessoas porque é um projeto de duas pessoas. Quando você casa com alguém, tem ali um lugar no meio que vocês entendem que aquilo é o negócio, você bota um pouco do teu, ela do dela“.
Quando o assunto foi política, João confessou que não se envolveria com uma pessoa que seja apoiadora do atual presidente Jair Bolsonaro (Sem partido). “É impossível para mim pensar em me relacionar com qualquer pessoa, seja romanticamente, seja fraternamente, que pondere a possibilidade de alguma coisa desse governo atual ser possível, ser aceitável. Uma pessoa que tem esse câncer no meio do seu universo não tem como me afeiçoar, não dá para entender, não consigo. É de uma violência gigante uma pessoa que acredita nesse homem. Me relacionar intimamente, dar qualquer tipo de afeto a uma pessoa que defende Bolsonaro hoje em dia, para mim, é impensável“, disparou.
O artista ainda relembrou a polêmica em que se envolveu em 2017, quando passou duas semanas trancado em casa após tweets antigos seus virem à tona:
“Era um horror o que eu tinha escrito. Eu era um imbecil. Mais que um imbecil: eu era um recalcado, um cara que queria muita atenção. Usava termos que hoje em dia seriam impensáveis, como ‘traveco’. Piadas homofóbicas fiz todas. Hoje fico feliz de não ser mais um boçal. Mas estamos em eterna evolução. Quem disser que é um homem livre de qualquer machismo está mentindo”.
Ao falar sobre sua infância, João fez uma revelação. “Eu era uma criança muito tristinha”, disparou ele, que perdeu o pai, Tarso de Castro, aos 8 anos, e não conviveu com a mãe, a estilista Gilda Midani, durante a infância e adolescência. “Uma parte grande da minha terapia foi entender que meus pais são pessoas que têm escolhas erradas e certas no meu ponto de vista. Todo mundo tem buraco“, contou ele, ressaltando que a relação com sua mãe melhorou nos últimos anos:
“A mesma coisa que digo sobre meu pai, ‘ele podia ter parado de beber, é uma forma de suicídio o que ele fez’, falo sobre ela. É uma pessoa, cheia de problemas, de defeitos e qualidades, fez escolhas com as quais talvez eu não concorde. Uma parte grande da minha terapia foi entender que meus pais são pessoas que têm escolhas erradas e certas no meu ponto de vista. Minha mãe é engraçada para cacete, tudo que eu sei de estética na vida foi ela quem me ensinou, me levou para viajar para lugares incríveis, é uma amiga divertidíssima, é amorosa. Só que teve filho muito jovem, perdeu a mãe com 12 anos, tinha um pai muito pouco carinhoso. Todo mundo tem buraco. A vida facilita muito quando você entende isso. Minha relação com minha mãe é ótima hoje. Ela me deu uma irmã incrível, que eu amo loucamente. Temos nossa família pequenininha”.
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