Aos 62 anos, Sidney Rezende é um dos comentaristas de política da CNN Brasil. Anteriormente fazendo parte do quadro matinal Liberdade de Opinião, com posicionamentos antagônicos aos de Alexandre Garcia, o jornalista agora passou a comentar os telejornais comandados por Márcio Gomes, Monalisa Perrone, William Waack e Carol Nogueira.
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Com passagens pelo Jornal do Brasil, Band, Globo, CBN e a extinta TV Manchete, o jornalista analisa que não faz jornalismo para a elite brasileira.
“Acho que o mais legal no jornalismo é estar preocupado, atento e dedicado aos mais pobres, os que mais precisam de informação. Não faço jornalismo para os ricos, elites ou governantes. Atualmente, a quantidade de encontros que recuso, almoços e jantares, pois não quero ser cooptado por uma parte apenas da sociedade, pois vou deixar de ser jornalista do todo. No dia em que tiver amizade com uma fonte, posso deixar de dar uma informação que tivesse que dar“, disse em entrevista ao Notícias da TV.
Ao falar sobre a nova função no canal de notícias, Rezende destacou a diferença do atual formato. “Quando estava no Liberdade de Opinião, entrei para isso, para dar minha opinião. No trabalho que tenho atualmente, nos telejornais, tenho que fugir desse ser opinativo e procurar ser um comentarista, um analista, que é o que me parece como a função que o canal espera de mim. O analista, o ideal, é que ele não seja só opinião, que ele analise a situação com isenção. Nessa tarefa atual, é muito mais isenção, muito mais rigor no que estou falando e menos opinião. São dois galhos de um tronco muito parecido”.
Com a pandemia da Covid-19, o profissional teve se readequar e, assim como muitos comunicadores, transformou a sua casa num estúdio de TV. “É verdade, não fui o único nem o primeiro, todos os meu colegas que vivenciam isso notaram que é diferente. Primeiro foi gradativo, não foi tudo de uma vez, começamos com o rádio, depois com a TV. Aí sim, tem equipamentos adequados, ajustar a iluminação. Nesse sentido, a minha mulher, Lygia Gotti, se transformou em uma grande profissional da área técnica. Ela é que me ajuda na montagem dos equipamentos, iluminação, som, conversa com os técnicos da CNN. Sem dúvidas, está sendo uma experiência totalmente nova”.
E complementou: “Já tinha feito participações à distância, mas não com equipamentos, assim como foram montados aqui. É muito fascinante, mas nada substitui a equipe técnica, que sempre me respeitou muito. O meu trabalho não iria ao ar sem uma série de ajustes. Se alguma coisa sai errada, não é por culpa de ninguém da estrutura, é por minha própria responsabilidade”.
Diferente do que muitos imaginam, apesar de ter posicionamentos completamente diferentes de Alexandre Garcia, no Liberdade de Opinião, ambos se respeitavam muito dentro e fora do jornalístico.
“Olha que coisa curiosa, já conhecia o Alexandre Garcia, trabalhamos juntos na Globo. Todas as vezes, quando possível, e nossos plantões combinavam, sempre conversávamos nos corredores sobre o Brasil, política, nossas carreiras. Sempre muito gentil, um coleguismo muito legal […]Cada um observa a política brasileira com o seu olhar, temos compreensões da realidade distintas e não acho isso ruim”.
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