Provavelmente você vai olhar para esse rosto e falar “conheço de algum lugar”. Isso é muito comum na vida de Beatriz Bertu, até que descobrem que ela é a pequena Heleninha de Bebê a Bordo, novela de Carlos Lombardi, que chegou ao Globoplay em novembro.
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“Engraçado como fica na memória das pessoas. Eu era muito pequena, não me lembro de absolutamente nada, mas gosto de assistir e conhecer as histórias pelo olhar da minha mãe”, diz a atriz, que hoje trabalha como assistente de direção e dá aulas de teatro e audiovisual para crianças e jovens.
Há 33 anos, sem Estúdios Globo, as gravações aconteciam pela cidade toda e não tinham um cuidado especial com os menores. “Fiquei muito doente na época, cheguei a gravar 30 cenas em um único dia. Até minha mãe adoeceu, acho que por isso que, naquele tempo, ela não me incentivou a continuar”, conta Bia.
Mas a paixão pela arte falou mais alto. Ainda criança, ela reencontrou a atriz Isabela Garcia – que vivia sua mãe na novela, e com quem ainda mantém relação – nas gravações de Celebridade (2003). “Estavam gravando bem perto da minha casa, na Tijuca (RJ) e fomos assistir. Lembro até hoje do conselho que a Isabela me deu quando minha mãe disse que eu queria voltar a atuar: vai estudar!”.
Este é o conselho, aliás, que Bia (formada pela Uni Rio) dá aos seus alunos. “Hoje em dia, os jovens querem que tudo aconteça muito rápido. A carreira de ator exige muito estudo e dedicação”, analisa.
Bia acabou de participar do País do Cinema, no Canal Brasil, como assistente de direção, mas não descarta a volta às novelas como atriz:
“Estou envolvida em alguns projetos no audiovisual que ainda não posso falar, mas não descarto outras oportunidades, faria qualquer trabalho que pudesse me desenvolver ainda mais como atriz. O teatro é minha base, nunca vou abandonar, mas acho que a novela ainda é o lugar onde você se comunica muito com o público. E com o crescimento do streaming, as possibilidades são enormes”.
E é graças ao streaming, aliás, que Bia está conseguindo acompanhar Bebê a Bordo com mais calma. “Eu tenho mais de 30 fitas VHS com as minhas cenas, mas agora, poder assistir a novela no meu tempo, tem sido muito bom, estou conseguindo entender e analisar melhor a trama e cada núcleo e não focar só no trabalho que fiz. É interessante para ver os recursos que eram usados na época”, finaliza.
Fernanda Menezes Côrtes é jornalista, com mais de 20 anos de experiência em assessoria de comunicação, sendo os últimos onze anos voltados ao mundo do entretenimento e da televisão. Trabalhou na comunicação da Globo e do Canal Viva e como assessora de artistas.