Aos 92 anos, Fernanda Montenegro confessou que está em uma fase de “despedida” em sua vida. Em entrevista ao El País, a atriz, que recentemente virou imortal da Academia Brasileira de Letras, relembrou um susto que passou há dois anos ao ser questionada se tem medo de morrer:
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“Sentirei saudade. Gostaria de levar comigo a minha memória. Eu tive um desmaio (em 2019) durante uma gravação no Sul do país. Eu demorei para acordar novamente. Mas, quando voltei, senti uma paz absoluta que contrastava com todo aquele alvoroço ao meu redor. Neste retorno, havia um hiato. Eu não lembrava do passado e nem do presente”.
“É como se tivesse acontecido um desligamento. Será que a morte é isso? Não sei. E diante deste mistério ficamos especulando para onde iremos. Se eu for para algum lugar, eu queria muito levar a minha memória“, disse.
A artista ainda completou: “Gostaria de fazer-lhe um pedido: que me enviasse uma cópia desta entrevista. Queria tê-la. Porque tudo já é meio uma despedida para mim. Uma hora acaba. Não tem jeito”.
Com a pandemia, Fernanda se isolou no sítio da família, na região serrana do Rio de Janeiro, junto com a filha, Fernanda Torres, os netos e o genro. Ao falar sobre os cuidados, ela pontuou: “Sou uma mulher de 92 anos. Tenho a imunidade baixa. Não sabemos o que nos acontecerá e nem por quanto tempo ainda enfrentaremos esse vírus“.
Fernanda Montenegro também falou de política
Como já é de conhecimento público, a artista sempre se posicionou contra o presidente Jair Bolsonaro e não deixou de criticá-lo na entrevista: “Este Governo é uma tragédia. Eu vivi a ditadura no Brasil, um período terrível em que tivemos a nossa liberdade cerceada à força por militares. Agora é diferente. O que acontece no país tem o aval de 57 milhões de brasileiros que alçaram este homem [Jair Bolsonaro] ao poder por meio do voto, um dos principais pilares do Estado Democrático de Direito“.
“Precisamos refletir, portanto, por que motivos o elegeram. Não me parece que essas pessoas estivessem satisfeitas com a situação política no Brasil anteriormente. Não vou citar nomes e nem partidos, porque tal processo de desconstrução não é originário de um governo apenas, mas de todos os outros antecessores, desde o início do nosso período de redemocratização”, seguiu.
“Eram mais críveis do ponto de vista da administração e socorro assistencial, mas não resolveram as nossas questões elementares. O fato é que um país com 33 partidos não tem partido algum, não tem Congresso. Isso só serve para compra, venda e aluguel de legendas“, finalizou.
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