A Fazenda 2021: Culpar “a edição” é uma desculpa para fugir da autocrítica
Dynho e Sthe Matos foram exemplos dessa negação a autocrítica fora de A Fazenda 2021 (Imagem: Reprodução / PlayPlus)
Entra ano e sai ano, muitos dos participantes culpam “a edição” ao descobrirem que o público os critica, e em A Fazenda 2021 não está sendo diferente. Essa atitude batida, é basicamente uma forma precária de fugir da autocrítica.
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Dayane Mello, por exemplo, teve uma gama de falas problemáticas que ofenderam minorias e jogadas polêmicas que questionavam sua lealdade aos competidores.
Na festa que reuniu finalistas e eliminados, a modelo culpou a produção, pouco depois de ter jogado esse peso nos brasileiros: “É tudo editado! Eles podem vender o personagem que eles quiserem de cada um. Eu saí como vilã. S mídia me destruiu. Se eu pudesse voltar atrás, eu não voltaria nunca mais nesse programa”.
Dynho Alves, após ter dito que a edição “montou” um romance entre ele e Sthe Matos, disse que o vilanizaram nos VTs da “lavagem de roupa suja“: “Tipo, assim, a edição muda e joga a gente pra outro lado. Eu falei um monte de coisa naquela dinâmica na treta com ela e lá tava outra coisa. Ela falou, falou, falou e um ‘buff’ como se eu fosse o errado da história”.
O que é peão e o que é A Fazenda 2021?
Todo mundo que aceita entrar num reality show como esse, tem a completa noção de que será vigiado 24 horas por dia; e que as roças — ou paredões — servem justamente para julgar as atitudes assistidas. É exatamente essa a proposta! Quem entra em A Fazenda esperando algo diferente, está claramente tentando se iludir.
Vale citar que a edição “não mostra tudo” porque não há tempo hábil televisivo para isso. O nome “edição” é bem autoexplicativo para entender que são recortes de 24 horas. O público tem acesso ao pay-per-view todo dia e mais vídeos gratuitos nas redes sociais do programa e até mesmo de internautas avulsos.
Os fãs de reality tem material suficiente para fazer suas interpretações, que não serão unânimes, tanto que existem as votações para apararem essas arestas. É ingrato usurpar da visibilidade televisiva e virtual e desprezar a fonte quando conveniente. É burro e desonesto subestimar a capacidade intelectual do público. É inteligente e honesto assumir os próprios B.O.s e tentar se reinventar com o que lhe deram.
Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.
