Já com saudade de Nos Tempos do Imperador, Mariana Ximenes – que recebeu o prêmio RD1 na categoria melhor atriz do ano – encontrou um tempo na agenda corrida de para conversar com o site e o papo rendeu…
VEJA ESSA
Na entrevista, ela fala das boas surpresas que teve ao dar vida à Condessa de Barral, diz ter aprendido mais sobre a história do Brasil e brinca que a maior dificuldade enfrentada com a personagem foi a de gravar diariamente com um figurino de época, pesado, no calor do Rio de Janeiro.
Aos 40 anos e com muitos sucessos na carreira, a atriz conta sentir-se orgulhosa da trajetória trilhada até aqui, afirmando que não mudaria nada nessa caminhada.
Madura e certa do que quer para sua vida, Mariana Ximenes afirma que o tempo é precioso e que a pandemia da Covid-19 a mostrou como é importante viver e ser feliz no dia a dia. “Acho que chegar aos 40 anos também aflorou ainda mais a minha vontade de me jogar na vida”, enfatiza.
Confira a entrevista na íntegra:
RD1 – Você ganhou o troféu RD1 na categoria melhor atriz do ano, sendo escolhida pelo público. Qual é a sensação de levar para casa esse prêmio?
Mariana Ximenes – Nossa, eu fiquei radiante! Que alegria! É uma sensação muito gostosa de reconhecimento. Nos Tempos do Imperador foi uma novela que me deu um frio na barriga ainda maior porque lançamos o folhetim praticamente com tudo gravado. Isso é algo completamente novo para uma novela brasileira, que em sua essência é uma obra aberta.
Fiquei mais curiosa para saber o que o público acharia e como reagiria com a história que estava sendo contada. O resultado do prêmio mostra que eles abraçaram essa nossa história, abraçaram a Condessa e, de alguma forma, a compreenderam.
As pessoas se comoveram com a dor da Luísa pela perda do filho, por estar longe da sua família e pelo fato de não conseguir viver o seu grande amor com o Imperador. Também gostaram desse lado dela abolicionista, de ser uma mulher forte, que se expressa e luta por liberdade, justiça e igualdade.
Que boas surpresas você teve com a sua Condessa de Barral?
Primeiro, pude conhecer mais da história do Brasil. Sobre a minha personagem, eu não tinha muita informação, a conheci por causa da novela e busquei mais informações na obra literária da Mary Del Priori. Tive a oportunidade de trabalhar com parceiros de cena maravilhosos como Selton Mello, Cinara Leal, Alexandre Nero… Meu núcleo era incrível, queria listar todos os atores! E fiz novos amigos, que sei que serão para vida como a Cinara (Leal), a Gabriela Medvedovski e a Giulia Gayoso… Nossa troca é tão gostosa, tão genuína, que extrapolou a ficção.
Nos Tempos do Imperador tem mulheres fortes na trama…
Sim! Essa novela me proporcionou também ver mulheres de fibra em papéis tão importantes como a Justina (Cinara Leal), Mãe Cândida (Dani Ornellas), Zayla (Heslaine Viera) e Lupita (Roberta Rodrigues). E ainda mostrou que precisamos compreender a história por outros prismas.
Foi um aprendizado poder conhecer o trabalho da nossa consultora Rosane Borges. Fiz um curso esclarecedor sobre descolonização do olhar. Isso sem contar a cena belíssima entre Maria Clara Gueiros e Dani Barros, tão poética, forte e significativa para mostrar que o amor é livre e floresce entre duas pessoas, isso sem amarras e em qualquer época.
Como foi gravar uma novela de época e em plena pandemia?
Foi uma força-tarefa de todos! Levamos dois anos para gravar a novela. Os protocolos eram rígidos demais. Mas deu certo e o resultado ficou lindo. O desafio mesmo foi o de gravar com aquele figurino volumoso no calor do Rio de Janeiro (risos). E ir ao banheiro também com aquelas várias camadas de roupa não era fácil (risos).
Por falar em pandemia, como tem sido vivenciar esse momento? Reflexões e uma nova forma de enxergar a vida?
Eu sempre fui uma pessoa que valorizei muito todos os momentos de felicidade: um abraço, um mergulho no mar ou na cachoeira, ou me encontrar com os amigos… O tempo é precioso! Para mim, a pandemia só mostrou como é importante a gente viver e ser feliz no dia a dia, fazer o que quer e agora.
Acho que chegar aos 40 anos também aflorou ainda mais a minha vontade de me jogar na vida. A pandemia continua e precisamos nos cuidar pela gente e pelos outros.
Já tomei as minhas doses da vacina – o que foi muito emocionante para mim. Estamos vendo o porquê é tão importante estarmos vacinado: apesar do novo pico de covid, o número de mortes é muito menor se comparado com o ano passado. Então, acho que a pandemia mostra que precisamos desfocar o olhar do indivíduo e pensar no coletivo. Só assim vamos frear a doença e contê-la, por exemplo.
Você é uma das atrizes mais queridas e talentosas da sua geração. Hoje, aos 40 anos, quando olha para trás, vê com orgulho a caminhada trilhada até aqui ou mudaria algo?
Nossa muito obrigada, fico feliz ao ler suas palavras! Desde pequena, sempre quis ser atriz e tive essa benção de estar no ofício que sempre sonhei. E não mudaria nada. Tudo é aprendizado na nossa vida, nem que seja para nos mostrar como não fazer depois (risos).
Se tem uma coisa que a maturidade ensina é que não dá para ter vergonha ou viver arrependido pelo que passou. O que aconteceu já aconteceu, não tem como mudar. Mas podemos mudar nossa percepção daquilo, dar o tamanho certo que determinados acontecimentos têm.
Quanto à minha carreira, não poderia ser mais grata. Aproveitei e continuo aproveitando muitas as oportunidades maravilhosas que tenho. Meu trabalho me permitiu ser tantas mulheres em uma vida só. Eu me jogo na possibilidade que elas me oferecem, seja de aprender, de mudar o visual e me ver com outra cara. Além de poder ter trocas lindas com pessoas sensacionais de diferentes faixas etárias – um aprendizado de vida!
Você acabou de lançar o programa “Happy Hour com Mariana Ximenes”, no canal GNT…
Sim! Estou tendo a chance de mostrar meu outro lado na TV, como apresentadora, reunindo amigos em torno da mesa para conversas deliciosas e bons drinks. É uma chance de me mostrar de cara limpa (risos)! Adorei a experiência! E convido todos vocês para acompanharem essa minha aventura no “Happy Hour com Mariana Ximenes”, toda sexta-feira, às 21h30, no GNT.
Quais são os projetos para 2022?
Então, acabei de lançar o “Happy Hour com Mariana Ximenes”, que foi uma grande aventura. Eu me apaixonei pela coquetelaria durante todo esse processo. Foi muito gostoso gravar porque teve um caráter afetivo forte: recebi amigos queridos, meu irmão – que é o barista oficial da nossa família – e foi o convidado de um dos programas. E o melhor: tudo com muitos drinks e aperitivos.
Além disso vou fazer uma participação na série da Turma da Mônica, em que estou gravando em Poços de Caldas. É especial fazer parte de uma obra que ajudou na alfabetização de tantos brasileiros e segue tão viva e relevante na nossa memória. Eu e meu irmão fazíamos coleção de gibis da Turma da Mônica. Hoje em dia a compartilhamos com a filha dele (minha afilhada).
O carioca Márcio Gomes é apaixonado pelo jornalismo, tanto que o escolheu como profissão. Passou por diversas redações, já foi correspondente estrangeiro dos títulos da Editora Impala de Portugal como Nova Gente, Focus, Boa Forma, e editor na revista de BORDO. Escreveu para várias publicações como Elle, Capricho, Manchete, Desfile, Todateen, Shape, Seleções, Agência Estado/Estadão, O Fuxico, UOL, entre outros.