Globo tira cenas homofóbicas de Pantanal para evitar cancelamento

Pantanal

Jove (Jesuíta Barbosa) em Pantanal; trama vai ser diferente da versão da Manchete (Imagem: Reprodução / Globo)

Para que Pantanal não seja cancelada pelo público, a Globo tirou do roteiro passagens consideradas homofóbicas na versão original, escrita por Benedito Ruy Barbosa e exibida pela Manchete em 1990. As alterações envolvem Jove (Jesuíta Barbosa) e Zaqueu (Silvero Pereira).

O intuito da mudança é colocar discussões atuais e dialogar com as novas gerações, mas alguma indireta de algum personagem mais velho deve surgir na trama. É o caso do personagem de Murilo Benício, que questiona o fato da filha, papel de Julia Dalavia, começar a gostar do personagem de Jesuíta.

Uma das sequencias da versão original que será retirada de Pantanal é o momento que Jove conhece Juma (Alanis Guillen) e, quando volta para o Rio com a namorada, o protagonista vira alvo da ex-namorada, que o chama de “bichona louca”. Segundo o Notícias da TV, a ex vai existir na adaptação, mas o mal-estar vai ser exposto de outra forma.

O olhar homofóbico de José Leôncio também vai ser retirado das cenas. Pai e filho vão ter momentos de tensão pelos comportamentos e visões diferentes de cada um, principalmente pela diferença cultural.

No caso de Zaqueu, ele vai sofrer preconceito, mas vai ser defendido por aqueles que riam de sua cara há 32 anos, na época de Pantanal foi exibida pela primeira vez.

Pantanal vai contar com figurinos marcantes

Na nova versão de Pantanal, a figurinista Marie Salles, na Globo desde 1995, conta como ficou encantada com a explosão de cores que encontrou ao chegar na região onde a novela é ambientada:

“Foi uma das minhas primeiras impressões. Enxerguei essa natureza, seu ciclo, o nascer do sol, o caminho que ele percorre ao longo do dia e as tantas cores que ele traz para essa natureza local, até o momento que a lua surge em seu lugar. É algo diferenciado. As árvores, as flores, os ipês, fui pegando essas cores e colocando nos personagens”.

“No Joventino (Irandhir Santos), por exemplo, quis usar o pôr do sol, com tons alaranjados; a Juma (Alanis Guillen) também tem esse sol, mas em sua exibição momentos antes, tem um pouco do céu, das rosas; já Filó (Letícia Salles/ Dira Paes) tem cores das araras, dos ipês”, explica.

“A novela original era nossa diretriz. Assisti todos os capítulos para absorver as escolhas da época. Na década de 1990, tínhamos batsante marcado o conceito rural, mas hoje em dia vimos ao chegarmos ao Pantanal que ele está bem diferente”, detalha.

“Entre assistir à novela e chegar ao Pantanal, comecei a construir minhas ideias com base em documentários, fotos, uma pesquisa profunda. E encontrei essa questão das cores ali também”, explana.

Da Redação
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