A situação das fortes chuvas que atingiram Pernambuco nos últimos dias tem chamado a atenção de muita gente, como a repórter Bianka Carvalho. A jornalista da Globo Nordeste estava ao vivo em Jaboatão dos Guararapes (PE), para o Conexão GloboNews, e se emocionou.
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A jornalista mostrava a situação na cidade após o temporal que deixou, pelo menos, 106 mortos, 6 mil desabrigados e 24 cidades em situação de emergência. Ela se emocionou ao falar como estava a localidade após a tragédia, consolar um morador e ver a situação de perto.
Bianka Carvalho ressaltou que passava por uma rua cheia de lama e com muitos móveis nos canteiros: “Chega dá uma tristeza de vocês ver a quantidade de saco de feijão, arroz, tudo perdido. As coisas que eles não vão poder recuperar e a sensação que eles têm de abandono, de descaso”.
A jornalista, então, falou com um homem que explicava justamente o abandono que ele sentiu dos órgãos públicos e que tentou salvar um vizinho, que acabou morrendo. No momento, ele ficou com a voz embargada quando a repórter pediu para ele não se preocupar em chorar.
“Não se aperreie de ficar emocionado. Não se aperreie não. A gente chora, chora porque dói. Não se aperreie com isso não, é normal sentir isso”, consolou a profissional da Globo, enquanto o homem não conteve as lágrimas.
O entrevistado desabafou: “Até o presente momento ninguém fez nada pela gente. Eu sinto, me desculpe, mas eu sei o que estou passando. Quando dói nos outros é ruim, mas tá doendo em mim”.
“Eu sei meu querido, eu sei”, disse a jornalista ao vivo. Ela ainda exibiu novamente o estrago nas ruas e foi por um caminho para mostrar onde estava a margem original do rio.
“Eu entendo muito vocês por estarem estressados, perderam tudo, magoados, frustrados, decepcionados e estarem conversando com a gente. Muito obrigada por isso, a gente lamenta muito! E a gente precisa mais que isso, né Bete [Pacheco], Leilane [Neubarth], Marina [Franceschini]?! Mais que lamentar, a gente precisa cobrar”, disparou.
Repórter da Globo faz desabafo ao vivo sobre situação
A repórter ainda desabafou: “A gente não pode culpar a chuva, [precisamos] responsabilizar todas as pessoas que precisam ser responsabilizadas e a gente tem que cobrar providências. Essas pessoas não são anônimas, elas têm nome, CPF, endereço fixo, pagam IPTU e foram esquecidas, abandonadas aqui. Até agora”.
“Bianka, é o que você disse. Se a equipe conseguiu chegar, como é que o poder público não consegue? Porque essa é a alegação imediata que se dá para essas pessoas. É impossível a gente não se comover, não ter empatia, quando a gente vê um pai de família diante de uma equipe de reportagem chorando. Porque ele teve que tirar [corpo de um] amigo de carroça, porque não tinha serviço de IML”, declarou Bete Pacheco, no estúdio.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]