Casada com o músico Pedro Curvello, a vida passou a ter um novo sentido para Nathalia Dill após o nascimento da pequena Eva, com uma nova forma para lidar com escolhas, prioridades e disponibilidades.
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“Tudo ganhou um novo critério. A vida muda completamente e com muitas coisas maravilhosas e muito loucas. É uma diferença de raciocínio e de vivência”, diz a atriz ao RD1.
De volta aos trabalhos com o recente lançamento do filme “Incompatível” – um sucesso nas telonas e em breve nos streamings – na entrevista a atriz fala tudo sobe a personagem, a youtuber Patrícia Bacchi, e ressalta a importância do longa-metragem trazer à tona discussões importantes para os dias de hoje.
“Eu acho que essa discussão que o filme traz é muito atual. Como estamos consumindo esses conteúdos? Será que tudo que está lá é verdade? A gente tem se exercitado em repensar e analisar esse conteúdo para criar o nosso próprio senso crítico? Estamos colocando que precisamos absorver esse conteúdo com senso crítico para termos um diálogo construtivo e real”, enfatiza Nathalia Dill.
Confira a entrevista na íntegra:
RD1 – O filme “Incompatível” fala sobre fala sobre redes sociais, internet, amores, vida, amor, namores e vida. Quem é Patrícia Bacchi? E como foi a construção da personagem?
Nathalia Dill – Ela é uma digital influencer que tem um canal no youtube. A partir desse canal é que o imbróglio todo acontece na trama. Para dar vida à Patrícia eu me inspirei em alguns canais que já seguia. Os que mais me atraem são os espontâneos nos quais o influencer passa uma verdade, uma reflexão autêntica. Uma youtuber que gosto muito é a Jout Jout. Eu me inspirei no jeito autêntico dela e junto com a equipe do filme, fomos decidindo o que a personagem ia falar e quais bandeiras e dicas que a Patrícia estaria levantando no filme.
Você é o avesso da Patrícia? Tem um cuidado especial ao postar os seus conteúdos pela responsabilidade de influenciar quem te segue?
Não diria avesso… Nós duas temos uma grande representatividade na rede social. A diferença é que a Patrícia impõe o saber e a comunicação dela de forma hierárquica, estabelecendo o que é certo e errado. E é muito fatalista. Mas, ao mesmo tempo, ela diz coisas interessantes: está falando de relacionamentos, em sua maioria heteronormativos, que muitas vezes são desequilibrados, tóxicos e abusivos nos quais os homens acabam se beneficiando.
É interessante o que ela fala, mas acho que a forma como a Patrícia se expressa é equivocada. Eu já acredito num formato diferente, mais horizontal, em que existe uma troca de experiência e não tanto algo hierárquico.
“Incompatível” é uma comédia romântica, porém, traz à tona o debate de temas como a responsabilidade de influenciar e a forma como as mensagens são levadas…
Eu acho que essa discussão que o filme traz é muito atual. Como estamos consumindo esses conteúdos? Será que tudo que está lá é verdade? A gente tem se exercitado em repensar e analisar esse conteúdo para criar o nosso próprio senso crítico? A personagem Taís (Giovanna Lancellotti) acaba absorvendo o conteúdo sem crítica nenhuma, como verdade absoluta.
Temas como cancelamento, ‘lacração’ e as temidas fake news também são abordados no filme, certo?
Não colocamos essa nomenclatura, mas tudo isso está abordado ali. O que estamos colocando é que precisamos absorver esse conteúdo com senso crítico para termos um diálogo construtivo e real.
A personagem Patrícia Bacchi chega num momento especial da sua vida após a maternidade?
Eu fiquei muito feliz em lançar esse filme, gosto muito dele. Queria muito que as pessoas assistissem a esse filme porque ele é para todas as pessoas e casa muito bem com o que estamos vivendo. É um filme leve e que chega num momento bom depois de tudo de pesado que vivemos. E, ao mesmo tempo, traz discussões entre gerações. E sei lá quando vou ter esse diálogo com a minha filha (risos). Quais serão os dilemas desta futura geração?
A vida passou a ter um novo sentido após o nascimento de Eva?
Sim, a vida muda completamente e com muitas coisas maravilhosas e muito loucas. É uma diferença de raciocínio e de vivência. Outra forma de lidar com a vida e com as suas escolhas, prioridades e disponibilidades. Tudo ganha um novo critério.
O filme fala na companhia certa. O que torna um parceiro incompatível?
O que torna um parceiro incompatível é a falta de respeito, compreensão e apoio no relacionamento. Quando não temos esses tópicos, tem como ser compatível.
No caso de Pedro Curvello foi amor à primeira vista? Ele é sua alma gêmea?
Eu e o Pedro temos um amor e uma vida muito especiais, e agora estamos construindo uma vida ainda mais especial.
O carioca Márcio Gomes é apaixonado pelo jornalismo, tanto que o escolheu como profissão. Passou por diversas redações, já foi correspondente estrangeiro dos títulos da Editora Impala de Portugal como Nova Gente, Focus, Boa Forma, e editor na revista de BORDO. Escreveu para várias publicações como Elle, Capricho, Manchete, Desfile, Todateen, Shape, Seleções, Agência Estado/Estadão, O Fuxico, UOL, entre outros.