Sobre a repercussão de A Fazenda 2022, muita gente tem entendido que os participantes da temporada têm sido muito agressivos e tornado a temporada tóxica para se assistir. No entanto, parte desse mesmo público tem sido ainda pior do que aquilo que tem criticado.
VEJA ESSA
Acompanhe tudo que rola em A Fazenda 2022 na cobertura especial do RD1
Muito se fala sobre Alex Gallete usar as próprias causas para se promover, especialmente na primeira semana, mas se há uma “militância pelo bem”, censurar alguém com lugar de fala não seria contraditório?
Bárbara Borges foi acusada de só enxergar os erros do time rival, mas isso não é uma grande competição, em que avança quem jogar melhor e e derrotar o oponente? O que tem de ilegítimo?
Por falar em jogo, Deborah Albuquerque é apontada como alguém que veio calculando cada fala, atitude e escolha no programa, se vitimizando com uma narrativa tendenciosa e sendo perigosa até para os aliados.
E quem disse que é um concurso de moral? Analisando os perfis dos campeões da atração rural, pessoas de diferentes comportamentos saíram como campeões, sem nenhum padrão ou algo em comum entre eles.
Iran Malfitano é visto como político, “professor de Deus”, cansativo com suas palestras e não muito firme nos posicionamentos. Em tempos de quem se posiciona demais acaba virando alvo, ser moderado e evitar atritos consequentemente afasta alguns votos e dá mais tempo de tela.
A primeira queixa sobre Kerline Cardoso foi de uma mudança muito brusca na postura do BBB 2021 para A Fazenda. Num programa em que ela foi a primeira eliminada, a postura é mais do que ideal.
Também pontuam que a ex-BBB tem exagerado na confiança e fazendo disso um circo, como no memorável episódio do “volta fazendeira” para Tati Zaqui. Estamos assistindo algo que deveria ser uma atração: o “extra” pode ser vergonhoso mas faz parte do show.
Pelé MilFlows transpira contradição ao pedir para sair durante duas semanas seguidas e dar tudo para vencer a Prova do Fazendeiro, fazendo o povo questionar seu merecimento. Quem realmente quer, vai. E se essas falas não parecerem convincentes, é só rejeitá-lo na primeira roça que enfrentar. Simples!
E por fim tem Ruivinha de Marte, com a má vontade e cara emburrada, sem nenhuma capacidade de lidar com críticas — inclusive dos próprios aliados — e adversidades. Apesar de tudo, até isso é ponte para brigas, enredo clássico de todo reality show do gênero.
“Lado A” não escapa das polêmicas em A Fazenda 2022
André Marinho — o mais sensato e equilibrado da trupe — foi detonado por ter fechado de vez com esse grupo, mas e onde fica a liberdade de escolha? Bom seria se ele ficasse em cima do muro ou do outro lado? Competição que só é validade de um lado só é absolutismo.
Bia Miranda é realmente sem muita educação para falar com as pessoas, nada polida, grossa e por muitas vezes cruel. No entanto, nenhum direito humano foi ferido e ninguém teve sua existência anulada por isso. Toda novela precisa de um vilão e nenhum dos confinados chegou a um grande extremo.
Deolane Bezerra já passou do ponto em xingamentos pesados, ataques pessoais, mas ao mesmo tempo nunca invadiu o espaço físico deles — como fizeram com ela, pelas suas costas — e sempre alerta o próprio grupos sobre erros comuns de quem está à flor da pele.
Dentro do seu repertório, joga com verdade e nos traz alguém que veio com garra de viver A Fazenda. Alguém com perfis muito parecidos com os de nomes como Andressa Urach, Denise Rocha ou Lu Schievano, ironicamente aclamados por quem hoje reclama.
Ellen Cardoso talvez seja a que mais passa perto da firmeza de alguém que confronta e da serenidade de quem se lembra de que existe uma vida fora do reality.
É vista como fraca e fofoqueira por evitar rivalidades mortais, mas apenas lembra que apesar de grupos, apenas um ganha. É possível se entregar ao coletivo e simultaneamente se colocar em primeiro lugar.
Tem Lucas Santos com sua confiança mais do que exagerada, declarações que soam como preconceito e reforçam estigmas muito delicados. O “cancelamento” existe e o poder do voto também.
Pétala Barreiros tem discursos religiosos, fofinhos e chama seus fãs de borboletinhas, ao passo que instiga brigas que não está envolvida e se diverte com fofoca. Uma “falsa fofa” dá o fator surpresa sobre reviravoltas e surpresas.
Vini Buttel já teve falas condenáveis em relação ao gênero das pessoas, corpo, sexualidade e tudo mais, além de ter um comportamento super agressivo. Tem como defender? Não, mas porque seus aliados são execráveis por salvar alguém que os ajuda numericamente no jogo? Não é concurso de moral!
Fatores externos também entram no bolo
Até mesmo Adriane Galisteu é atacada pelos mais extremistas, acusada de ser parcial e conivente com “coisas horríveis”, pedindo até por sua substituição por Mariana Rios e apelando para ofensas que chegam ao nível pessoal.
Vale lembrar que a apresentadora é apenas uma porta-voz dos acontecimentos e a direção — tendo o nome de Rodrigo Carelli como o mais famoso — é que toma as decisões e guia todo o resto.
Se valem de questões importantes como depressão, suicídio e tortura psicológica, sendo que nenhum grupo está tão destoante um do outro.
Promovem um linchamento virtual nas redes sociais de A Fazenda 2022, atrapalhando quem quer curtir a experiência virtual, e destratam até quem já foi eliminado do programa, se defendendo sem mesmo terem sido atacados.
Curiosamente os mesmos que pedem empatia, são os que usam o acidente mortal de MC Kevin — que supostamente estaria fugindo do flagra de uma traição — para atacar Deolane.
Colocam Marcos Araújo como possível injustiçado, sendo que, segundo Pétala, teve uma relação marcada por agressões e estupro de vulnerável.
A separação fez o filho dos dois perder o plano de saúde — por decisão do pai — e a companhia desnecessária de Lívia Andrade (a atual) num teste de DNA de uma das crianças, e usam o “ranço” para normalizar tudo aquilo por causa de um simples reality.
Tem quem ria do fato de que Moranguinho foi agredida fisicamente por Naldo Benny; ou quem diga que o DJ Créu estava certo, sendo que todas as mulheres-fruta saíram brigadas com ele. Enfim… Falta consciência coletiva e estão fazendo a verdadeira “tempestade num copo d’água”.
Oficialmente redator desde 2017. Experiências como editor e social media. Já escrevi sobre famosos, TV, novelas, música, reality show, política e pauta LGBTQIA+. Vídeos complementares no YouTube, no canal Benzatheus.