Repórter conhecido por reportagens para o Domingo Espetacular, da Record, Gerson de Souza, de 64 anos, foi condenado em primeira instância a dois anos e meio de prisão por importunar sexualmente colegas mulheres.
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A informação foi confirmada pelo site Universa, do UOL, que revelou que duas jornalistas da emissora paulista denunciaram o ex-repórter e deram detalhes do que supostamente enfrentaram na redação.
A publicação ressaltou que a pena de prisão do jornalista veterano foi convertida em prestação de serviços comunitários. Além disso, ele também foi condenado a pagar multa de dez salários mínimos, cerca de R$ 13 mil.
A decisão da Justiça veio após quatro anos de espera por parte das denunciantes, que relataram situações como beijo forçado e comentários e provocações de cunho sexual.
Uma delas comentou em depoimento ao site: “Ele abria os dedos em V, sacudindo a língua, imitando sexo oral”. Segundo uma delas, que trabalhava como produtora na Record e passou a ter contato direto com Souza, ela passou a se esquivar dele para evitar comentários inadequados.
Ela afirmou em desabafo que tudo começou em 2010 e foram anos de abordagens constrangedoras. No entanto, segundo a produtora, no fim de 2018 e início de 2019, ela teria passado por um episódio mais grave.
“Beijou minha boca. Na hora, falei: ‘Meu, você está louco? O que você fez?’ E aí ele respondeu: ‘Roubado é mais gostoso’“, falou.
Jornalista fala o que ouviu de diretores da Record
Ainda na entrevista, a produtora destacou que tentou comunicar a seus superiores o que tinha acontecido, mas não teve resposta e, por isso, passou a recorrer ao marido, que também tinha um cargo na emissora.
“Minha chefe respondeu que ele ‘era assim mesmo’ e que era brincadeira [dele]. [Disse] que outro dia ele tinha pegado nos peitos dela e que era normal. Que era só dar um corte. Então chamava meu marido para ‘dar um oi’ e ver se o Gerson parava”, falou.
A outra jornalista da Record teria trabalhado durante sete anos ao lado do ex-repórter especial e lembrou que ele costumava “apertar” os braços das mulheres, dizendo que “parecia pele da bunda”.
Em 2019, ela decidiu denunciá-lo formalmente ao RH da emissora de Edir Macedo e relatou os comentários feitos por ele sobre o trabalho dela e os casos de importunação.
A Record não se pronunciou a respeito do caso e também sobre o fato de que o canal teria levado um grupo de funcionários da sua sede para uma delegacia prestar queixa contra o jornalista.
A defesa de Souza garantiu que “as acusações são inverídicas”, supostamente criadas após desentendimentos profissionais para “manchar a reputação de um homem íntegro”.
Luiz Fábio Almeida é jornalista, produtor multimídia e um apaixonado pelo que acontece na televisão. É editor-chefe e colunista do RD1, onde escreve sobre TV, Audiências da TV e Streaming. Está nas redes sociais no @luizfabio_ca e também pode ser encontrado através do email [email protected]