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A influência da televisão sobre a sociedade pode significar algo extremamente positivo. Nas novelas da Globo, por exemplo, temos incontáveis casos em que a abordagem de questões de relevância pública ajudou a quebrar tabus e até a chamar a atenção para questões sociais que não tinham a devida atenção das autoridades.
Foi o que aconteceu em “Mulheres Apaixonadas” (2003), onde a discussão provocada pelos maus-tratos cometidos por Dóris (Regiane Alves) contra os próprios avós, Flora (Carmem Silva) e Leopoldo (Oswaldo Louzada), na ficção resultaram na criação do Estatuto do Idoso, até hoje em vigor; ou em “Explode Coração” (1995; atualmente em reprise), cujo drama do desaparecimento de crianças vivenciado por Odaísa (Isadora Ribeiro) ajudou 64 famílias a reencontrarem seus filhos perdidos.
Nem sempre, porém, essa influência se revela benéfica. Diversos programas de televisão já foram acusados de inspirar acidentes domésticos, atos criminosos e, em alguns casos mais grave, até assassinatos. Relembremos alguns episódios macabros em que a vida imitou a arte da pior maneira possível.
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“Chaves”
Considerado uma referência de entretenimento lúdico atemporal, o seriado mexicano se viu envolto em uma polêmica quando em 1994, na cidade de Canindé, interior do Ceará, um telespectador de apenas 7 anos morreu eletrocutado ao tentar reproduzir em casa uma cena do programa, em que Seu Madruga (Ramón Valdés) provoca um curto circuito na vila ao juntar dois fios desencapados, eletrocutando vários personagens.
O então diretor administrativo do SBT, Ademar Dutra, chegou a comentar o incidente, negando qualquer responsabilidade da emissora sobre o incidente. “É um absurdo querer culpar o programa por essa tragédia. Transmitimos o Chaves há mais de dez anos e não há violência alguma nos seus personagens“, declarou à época.
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“Dexter”
O seriado a respeito de um psicopata (Michael C. Hall) que revertia sua sede por violência “para o bem”, assassinando criminosos ao invés de pessoas inocentes, serviu como inspiração para o aspirante a cineasta Mark Twitchell cometer um assassinato no Canadá, em 2008.
Twitchell estava escrevendo o roteiro de um filme slasher sobre sites de encontros e decidiu, ele mesmo, imitar seu próprio personagem. Passando-se por uma mulher, ele marcou um encontro com o empresário John Altinger pela internet e assassinou o rapaz.
Evidências levaram a polícia até Twitchell, onde os agentes encontraram um laptop onde o criminoso dava detalhes de como atraíra, assassinara e até desmembrara o cadáver de Altinger – procedimento adotado por Dexter na trama de TV. Embora o corpo da vítima jamais tenha sido encontrado, o próprio Twitchell admitiu o assassinato nos tribunais e acabou condenada à prisão perpétua.
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“Brinquedo Assassino 2”
A transmissão do longa de terror protagonizado pelo boneco Chucky (Brad Dourif) na sessão “Tela de Sucessos”, do SBT, em 2000, foi acusada de influenciar o crime cometido por um garoto de apenas 9 anos contra uma menina de 7 em Santa Maria, cidade-satélite de Brasília.
O menino D. J. G atacara a vizinha M. D. N. com 25 golpes de faca, na barriga, no peito e nas costas da criança. Em depoimento à polícia, ele admitiu que estava tentando reproduzir uma cena do filme, o qual havia assistido pelo canal de Silvio Santos apenas três dias antes do crime.
O SBT novamente se escusou de qualquer responsabilidade pelo incidente, endossando que havia exibido “Brinquedo Assassino 2” dentro do horário permitido pela Justiça. No entanto, à época o então presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a defender a adoção de “critérios mais rigorosos” sobre a programação das emissoras de TV em virtude do episódio.
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“O Beijo do Vampiro”
Em 2002, uma criança de 3 anos, moradora de Taquaritinga (SP), atirou contra o próprio pai enquanto este dormia, usando o revólver calibre 38 que a vítima, um escrivão da Polícia Civil, guardava em casa.
Segundo a mãe da criança declarou à época à polícia, o garotinho teria agido por influência da novela “O Beijo do Vampiro”, então em exibição na Globo. Ele se mostrara bastante impressionado ao ver os “sanguessugas” mostrados no folhetim e teria dito à mãe que, se encontrasse um vampiro dentro de sua casa, iria matá-lo.
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“Carinha de Anjo”
A tragédia relatada não envolveu o remake recentemente exibido pelo SBT, tampouco a versão mexicana produzida pela Televisa em 2001, mas sim a primeira filmagem para as telas da história da pequena Dulce Maria (Lorena Queiroz / Daniela Aedo) – “Papá Corazón”, rodada na Argentina em 1973.
Sucesso absoluto no país de Maradona, a trama ganhou um viés negativo na imprensa da época quando uma telespectadora, de apenas 5 anos, cometeu suicídio após dizer ao pai que, assim como a personagem principal do folhetim argentino, estava conversando com o espírito de sua falecida mãe.
Vários meios responsabilizaram a novela pelo ocorrido, e a polêmica foi tão grande que o personagem da mãe da heroína-mirim chegou a ser excluído em adaptações posteriores da história. Por sorte, nenhum incidente similar se deu com as versões mais recentes, não é mesmo?
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“Grey’s Anatomy”
Ainda está bastante fresco na memória popular o caso de Josias Júnior, rapaz de 19 anos que foi preso em flagrante ao tentar se passar por médico em um hospital de Balneário Camboriú (SC). Em um dos vídeos que havia publicado em seu canal no YouTube, o jovem declarava ser fã de “Grey’s Anatomy” e considerar-se “formado em Medicina” através das 12 temporadas da série médica.
O episódio teve ampla cobertura da mídia nacional e chegou ao fim de maneira trágica, com o suicídio de Josias após ser liberado pela polícia para responder o processo em liberdade.
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“Breaking Bad”
Em abril de 2016, o cidadão britânico Stefano Brizzi, de 50 anos, inspirou-se em um entrecho da aclamada série de TV para assassinar o policial Gordon Semple, com quem teria marcado encontro por meio de um aplicativo de relacionamento gay.
Brizzi matou Semple por estrangulamento e, depois, usou ácido fluorídrico para dissolver o corpo da vítima, tal qual o protagonista de “Breaking Bad”, Walter White (Bryan Cranston), fazia com um inimigo em um dos episódios da atração. O criminoso foi condenado à prisão perpétua pela Justiça de Londres, mas acabou cometendo suicídio na prisão.
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