Sabe aquela sensação que a Band parou no tempo com a exibição de filmes, séries, novelas turcas e documentários? Ela vai persistir por mais alguns meses. No seu mais longo processo de reestruturação, o canal tem deixado passar algumas oportunidades, seja por falta de dinheiro, seja por falta de comando.
Com a programação deste ano patinando, a exemplo de programas como “Cozinha do Bork”, “Superpoderosas”, “Melhor da Tarde”, “Música na Band”, “Amaury Jr”, “Agora é com Datena”, que volta ao ar neste fim de semana, e “Show do Esporte”, a emissora já começa a “planejar” a grade de 2019.
Todavia, as perspectivas não são boas, haja vista a indefinição envolvendo os projetos de Stepan Nercessian, Luísa Mell, Paola Carosella e de um novo telejornal local, bem como a ameaça de continuidade de formatos que deram certo no passado, a exemplo do “Pesadelo na Cozinha”, de Erick Jacquin – a segunda temporada, anunciada para este ano, foi trocada pela reprise da primeira por falta de patrocinadores.
Principal ativo da emissora, o “MasterChef” começa a dar sinais de desgaste. A atual temporada, com cozinheiros amadores, ainda não rompeu a barreira dos 5 pontos de média, tampouco ameaça a vice-liderança do SBT como antes. E com tamanha exposição, a Band não esconde de ninguém sua panela-dependência, com o anúncio de mais uma edição com cozinheiros profissionais para este semestre.
De olho nesse vazio, produtoras independentes têm feito uma verdadeira romaria junta ao atual comandado artístico da casa. São os mais variados projetos e formatos apresentados ao canal. As ideias, registrem-se, até agradam, mas esbarram em um fator e tanto: a falta de grana.
Não que a Band esteja vivendo ares de RedeTV! de seis anos atrás, com o atraso de salários e o avanço desenfreado de igrejas e outros concessionários em sua grade. Simplesmente o que entra é suficiente apenas para cobrir os custos, ou seja, limita ao máximo os investimentos futuros.
Casos do “Agora é com Datena”, “Melhor da Tarde”, “Superpoderosas” e “Amaury Jr”, por exemplo, só saíram do papel mediante o acerto com patrocinadores de peso, como Ultrafarma, Unilever, Polishop e Caixa Econômica Federal. Daí, agora, o anúncio de um novo diretor comercial, Cris Moreira, que já assumiu suas funções e começou a tomar pé das coisas.
Internamente, o que se fala é que a direção da Band, na pessoa do vice-presidente André Aguera, até pela estrutura e importância que tem, precisa o quanto antes dar sinais ao mercado de que está finalizando essa transição e, mais do que tudo, disposta a mudar o seu atual quadro, seja em audiência, repercussão ou até mesmo na aquisição de novos talentos e formatos.
Saiba Mais:
Programa de Luísa Mell na Band perde diretor antes mesmo de estrear
Band extingue dominical de Netinho de Paula, após única edição
João Paulo Dell Santo consome TV e a leva a sério desde que se entende por gente. Em 2009 transformou esse prazer em ofício e o exerceu em alguns sites. No RD1, já foi colunista, editor-chefe, diretor de redação e desde 2015 voltou a chefiar a equipe. Pode ser encontrado nas redes sociais através do @jpdellsanto ou pelo email [email protected].