Walcyr Carrasco usa título de novela de Emanuel Jacobina; prática já aconteceu em outros folhetins
“Lado a Lado” usou título provisório de “Insensato Coração” (Imagem: Divulgação / Globo)
Até segunda ordem, “Dias Felizes” é o título da próxima novela de Walcyr Carrasco na Globo, prevista para estrear em 13 de maio no lugar de “O Sétimo Guardião”, que por sua vez sucederá “Segundo Sol” em 12 de novembro próximo.
A novidade, porém, teve gosto de deja vu para os que acompanham notícias sobre os bastidores dos folhetins globais, já que, até poucos meses atrás, o mesmíssimo título era usado para se referir à trama que Emanuel Jacobina preparava para a faixa das 18h do canal carioca – e que acabou adiada em virtude da escolha do autor para assinar a próxima temporada de “Malhação”, cuja estreia acontece em abril, no lugar de “Vidas Brasileiras”.
Ainda existe, é claro, a chance de Carrasco acabar escolhendo um título diferente para sua obra vindoura – o atual é apenas provisório – até a estreia, mas, caso isso não ocorra, não será a primeira vez que uma novela acaba “tomando” o título que deveria ter sido de outra.
Em 2011, quando se preparavam para substituir Silvio de Abreu e sua “Passione” no horário nobre da Globo, Gilberto Braga e Ricardo Linhares pensaram em batizar como “Lado a Lado” seu segundo folhetim em conjunto, mas acabaram voltando atrás e optando por “Insensato Coração” como título definitivo.
Colaborador da obra em questão, João Ximenes Braga decidiu recorrer ao nome descartado pelos “patrões” um ano depois, para batizar a trama que marcaria sua estreia como autor titular no canal carioca, ao lado da também debutante Cláudia Lage. Vale lembrar que as duas tramas eram bem diferentes: “Insensato Coração” era uma saga contemporânea e bastante antenada com a vida moderna, enquanto “Lado a Lado” abordou de forma quase documental o panorama político e social brasileiros no início do século XX (20).
Alguns anos antes, mais precisamente em 2000, a desaparecida novelista Solange Castro Neves – antiga colaboradora da célebre Ivani Ribeiro – comprou uma briga com a toda-poderosa Globo ao decidir chamar a novela que escrevia para a Record naquele então de “Laços de Família”, título que o canal carioca havia reservado para o folhetim de Manoel Carlos, já em fase de gravação.
Como nenhum dos dois lados arredou o pé, o impasse acabou indo parar nos tribunais. A Globo, como era de se esperar, levou a melhor, e conseguiu fazer de sua “Laços de Família” um dos maiores sucessos de sua história. Já a Record teve de se contentar em mudar para “Marcas da Paixão” o título da trama de Solange, que, no fim das contas, nem teve tanta repercussão assim.
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