Clássico da Manchete, “Pantanal” pode ganhar remake na Globo

Pantanal - Cristiana Oliveira - Marcos Winter

Cristiana Oliveira e Marcos Winter, como Juma e Jove, em cena de “Pantanal” (1990); novela pode ganhar remake na Globo (Imagem: Divulgação / Manchete)

A mais bem-sucedida novela da extinta Manchete, “Pantanal” (1990), pode ganhar remake na Globo. Segundo informações da jornalista Carla Bittencourt, uma ala da emissora defende, junto ao departamento de dramaturgia chefiado por Silvio de Abreu, uma reverência à trama de Benedito Ruy Barbosa no seu aniversário de 30 anos, em 2020, às 21h. O canal, porém, teme as comparações com a versão original – certamente, o folhetim de maior sucesso fora dos domínios globais.

A fila do horário nobre compreende, até o momento, “Dias Felizes”, de Walcyr Carrasco, substituta de “O Sétimo Guardião”; na sequência, duas estreantes: Manuela Dias, com “Troia”, e Licia Manzo, com “Em Seu Lugar”. Enquanto isso, a família Ruy Barbosa – Benedito, a filha Edmara e o neto Bruno – dedicam-se a “O Arroz de Palma”, projeto para às 18h, adiado desde 2017, agora previsto para 2021.

A Globo detém os direitos do texto de “Pantanal” desde 2006; na época, a estação declarou, em diferentes veículos, que não pretendia regravar a novela. Em 2008, contudo, a emissora ameaçou ir à Justiça para impedir a exibição do original no SBT, numa transação “nebulosa” articulada por Silvio Santos – que adquiriu as fitas da trama, direto da “massa falida” da Manchete, numa negociação com o produtor José Paulo Vallone, da JPO Produções.

A reapresentação de “Pantanal” no SBT consistiu num êxito absoluto, roubando preciosos pontos de audiência não só da Globo, como também da Record, que viu os índices de “Chamas da Vida”, de Cristianne Fridman, encolherem. Benedito Ruy Barbosa, porém, tentou barrar a reprise. Sem êxito. O autor alegou que a veiculação da trama pelo canal de Silvio Santos inviabilizava um eventual remake. Já o diretor, Jayme Monjardim, celebrou a reexibição em diversas entrevistas.

Histórico

“Pantanal” inovou a linguagem da novela no Brasil ao levar boa parte de suas cenas para externas, realizadas em sua maioria no Rio Negro, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Em cena, a saga de José Leôncio (Paulo Gorgulho / Cláudio Marzo), homem que faz fortuna no Pantanal com a criação de gado. Casa-se com a falida Madeleine (Ingra Liberato / Ítala Nandi) numa viagem ao Rio de Janeiro; dessa união, nasce Joventino (Marcos Winter), assim batizado em homenagem ao avô.

Anos depois, já divorciado, Zé Leôncio vive amasiado com Filó (Tânia Alves / Jussara Freire), sua empregada – e mãe de Tadeu (Marcos Palmeira), suposto filho do fazendeiro. É quando Jove decide ir ao encontro do pai; no Pantanal, ele conhece Juma (Cristiana Oliveira), figura arisca que, literalmente, vira onça, assim como sua mãe, Maria Marruá (Cássia Kis). Juma também estabelece contato com o Véio do Rio (Cláudio Marzo); na verdade, o velho Joventino, espírito que protege o Pantanal.

Benedito Ruy Barbosa ofereceu este enredo à Globo, na década de 1980, para o horário das 18h. O projeto foi engavetado quando os diretores Atílio Riccó e Herval Rossano viajaram à região, então alagada por conta do período de “cheia” dos rios. Em 1990, atendeu ao chamado de Jayme Monjardim e levou o roteiro para a Manchete. A Globo viveu então a maior crise de sua história, desde que assumiu a liderança de audiência, nos anos 1970.

Dados divulgados pela Folha de São Paulo em 2015 apontam que “Pantanal” venceu 54% dos confrontos com a linha de shows da concorrente em São Paulo e 71% no Rio de Janeiro – entre 26 de março e 11 de dezembro de 1990. A Globo suspendeu os programas da faixa, lançou mão de minisséries, esticou o tempo de arte e aboliu as “cenas dos próximos capítulos” de sua novela das 20h, “Rainha da Sucata” e, por fim, estreou uma novela às 21h30, “Araponga”, marcada pelo insucesso.

“Pantanal” ainda arrebatou os principais prêmios daquele ano: o APCA de melhor novela, melhor diretor, revelação masculina (Ângelo Antônio, o Alcides), ator (Cláudio Marzo) e atriz (Jussara Freire); os dois últimos contemplados, na mesma categoria, com o Troféu Imprensa, que contemplou ainda Cristiana Oliveira como “pessoa do ano”, além de também eleger “Pantanal” como a melhor novela de 1990.

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