A família Saad, detentora do Grupo Bandeirantes, trava uma batalha entre os irmãos para decidir quem vai passar a comandar a companhia, através do processo arbitral na Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CAM-CCBC), em São Paulo.
De acordo com o Valor, João Carlos Saad, o Johnny, responsável por anos pelo grupo, deu entrada com a ação no último dia 4 de dezembro, em resposta ao processo movido pelas suas irmãs, Márcia e Maria Leonor, em setembro do ano passado.
Elas alegam má administração e citam influência “devastadora” para o conglomerado de comunicação, que está sujeito “a riscos efetivos de destruição”, e pedem a saída do irmão do comando. O processo foi ajuizado na 2ª Vara Empresarial, em São Paulo.
Johnny, por sua vez, afirma que as irmãs “questionam fatos e atos subjetivos, que estão dentro do risco da atividade empresarial e da discricionariedade do administrador”, além de explicar que elas costumam participar ativamente na gestão da rede.
Além do processo arbitral, as irmãs aguardam o julgamento de um recurso para fazer valer a decisão de uma assembleia de acionistas em dezembro, que aprovou a saída de Johnny do posto que comanda desde a morte do pai, João Jorge Saad, em 1999.
Na batalha entre a família Saad, as partes costumam divergir em relação ao rumo que a empresa vem tomando. As irmãs dizem que Saad investe “centenas de milhões em projetos temerários, sem nenhum planejamento”. Em sua defesa, o executivo diz que tem tomado providências “para superar o desafio econômico”, e que as mesmas têm dado resultados satisfatórios.
Band sofre com dívidas e acionistas pedem por mudanças
A Band não está em seu melhor momento. Com dívidas bilionárias, a emissora vive um clima de “Casos de Família” – programa do SBT – entre seus acionistas. Atual líder do canal aberto, João Carlos Saad, o Johnny, tem sofrido pressão de seus familiares e vem sendo até questionado sobre seu trabalho para tentar resistir a uma dívida bancária.
De acordo com o colunista Geraldo Samor, do Brazil Journal, as irmãs Marcia e Leonor Saad pedem na Justiça que Johnny seja removido da liderança do grupo. Além disso, elas querem que a Band inicie um processo de profissionalização.
O problema da companhia família começou a surgir em 2014, quando o presidente foi “obrigado” a assinar um acordo de acionistas pela primeira vez. Com isso, a empresa passou a ser dividida por cinco dos Saad: Johnny, Ricardo, Marisa, Marcia e Leonor. Cada um deles tem 20% da rede de comunicação criada pelo pai, que faleceu em 1999.
Atualmente, o grupo tem uma dívida de cerca de R$ 1,2 bilhão, o que é, segundo a publicação, mais de oito vezes o valor da geração de caixa, além de dever valores com as afiliadas. Existe, inclusive, uma dívida com a Globo, por direitos de futebol não pagos.
Nos bastidores da Band, comenta-se que Johnny é uma pessoa que resiste às mudanças. “Ele faz uma gestão antiga, com pessoas que estão lá há 30, 40 anos e não entenderam que o business da televisão mudou”, diz um ex-executivo ao colunista. No entanto, os acionistas querem mudanças urgentes.
Numa nova ação, as irmãs Marcia e Leonor listam uma série de decisões unilaterais do atual líder que teriam contribuído para a derrocada da empresa, pedindo uma destituição dele. O restante do conselho, entretanto, ainda não havia apresentado seu posicionamento sobre Saad.
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