O possível remake de “A Sucessora” não foi o único tema da entrevista de Susana Vieira para a série “As Vilãs que Amamos”, do Canal Viva. A atriz, conhecida por não ter papas na língua, comentou o sucesso de “Por Amor” (1997) – no ar em “Vale a Pena Ver de Novo”, da Globo –, revelou os bastidores de “Senhora do Destino” (2004), enalteceu colegas já falecidos e a nova geração de atrizes e criticou o tom “esquerdista” da supersérie “Os Dias Eram Assim” (2017).
“A vilã é uma personagem que vai conquistando o público aos poucos. Eu não sei qual é a hora que acontece essa mágica pro público“, começou Susana, antes de reverenciar Branca Letícia de Barros Mota, sua personagem em “Por Amor”, de Manoel Carlos.
“A vilã foi saindo à medida que o texto foi chegando. A cada momento, cada cena, cada texto, cada ironia… Porque o Manoel Carlos ele ‘se bota’ um pouco, sempre quando ele me oferece os papeis, ele sou eu. Tudo o que ele quer falar sobre a sociedade, sobre o cinismo, sobre a maldades, sobre as invejas… Quando eu entro na novela dele, ele bota na minha boca. Eu não transgrido uma fala do Manoel Carlos. A fala do Manoel Carlos é perfeita, não dá pra você mexer em nada“, contou a atriz.
Susana Vieira celebrou parceiros de cena, como Tônia Carrero (1922-2018), com quem rivalizava em sua primeira novela na Globo, “Pigmalião 70” (1970): “A Tônia me abraçou de cara!“. E José Wilker (1944-2014), com quem atuou em “Anjo Mau” (1976); na novela de Cassiano Gabus Mendes, ela vivia a maléfica babá Nice.
“A melhor pessoa da minha vida, com quem eu trabalhei, que foi o Zé Wilker. Meu grande companheiro, meu grande marido, meu grande namorado, meu grande amante… Tudo na novela, viu? Não chegou a ter nada assim comigo, não… Meu melhor companheiro da vida foi ele“.
Ainda sobre o folhetim das 19h, Susana relatou o fato de Nice ter caído no gosto do público por conta da ternura que ela imprimia no tratamento com o bebê cuidado pela babá, Edinho (Eric Gomes Barbosa): “Eu devia ter aquela doçura mesmo, mas fui perdendo… A vida vai endurecendo a gente“.
Susana destacou ainda o fato de Renata Sorrah ter dominado “Senhora do Destino”, na pele da vilã Nazaré Tedesco – para qual ela havia sido escalada, a princípio: “No papel, a protagonista era realmente a ‘Senhora do Destino’, mas a vilã comeu a novela! Eu posso ter ajudado, mas que ela comeu a novela, comeu“.
A atriz também mencionou colegas da nova geração: “Elas são minhas amigas, as garotas novas que entram pra fazer minhas filhas… Raras exceções me deram decepção. Primeiro eu estudo a pessoa que vai contracenar. A Deborah Secco veio criança, Alinne Moraes, Drica Moraes, Vanessa Giácomo, Paolla Oliveira… Vieram todas mocinhas pra serem minhas filhas. E eu senti de cara quem ia ficar e quem não ia ficar“.
Partidária do presidente Jair Bolsonaro, Susana Vieira afirmou que vê os políticos como vilões e classificou a supersérie “Os Dias Eram Assim” como “de esquerda“: “Era uma novela de esquerda, na verdade foi um seriado de esquerda. E como eu [a personagem, Cora] era a favor do golpe militar, eu passei a ser vilã. Eu acho isso um erro de ideologia. Ela não tinha a menor ideologia, ela não era de direita, ela não era nada. Era uma mulher compulsiva na bebida, perdidona“.
Duh Secco é "telemaníaco" desde criancinha. Em 2014, criou o blog Vivo no Viva, repercutindo novelas e demais atrações do Canal Viva. Foi contratado pela Globosat no ano seguinte. Integra o time do RD1 desde 2016, nas funções de repórter e colunista. Também está nas redes sociais e no YouTube (@DuhSecco), sempre reverenciando a história da TV e comentando as produções atuais.