O diretor Fernando Pelégio, um dos principais executivos do SBT, demonstrou o seu apoio às críticas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro sobre a necessidade de uma análise maior sobre os projetos aprovados pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) para financiar filmes utilizando o dinheiro público.
A declaração foi feita durante o evento que celebrou os 200 dias de governo, na última semana, no qual causou polêmica por citar Bruna Surfistinha como exemplo de produção que não deveria receber recursos do órgão.
O responsável pelo planejamento artístico da emissora de Silvio Santos defendeu a criação de uma curadoria para que sejam aprovados propostas que mostrem a realidade do país. “Correto dizer que a Ancine não foi criada para propagandear as mazelas do Brasil com dinheiro de impostos. Se o dinheiro é público, deve-se servir ao bem público e ao Brasil. Nunca ouvi falar em censura, ninguém a quer de volta, se os produtores de Bruna Surfistinha querem fazer o filme, sem problemas, podem fazê-lo, mas segundo a ótica correta dele, sem dinheiro da sociedade. A curadoria se faz necessária”, disse Fernando em um longo texto.
“Que se faça uma Ancine que contribua com o país ou não há razão para existir. Se é para funcionar erradamente, vamos parar de cobrar a Codecine (menos um imposto nas nossas vidas) e deixar o mercado funcionar de acordo com a lei da oferta e procura”, acrescentou.
A fala de Pelégio foi alvo de críticas nos comentários, inclusive pelo fato da área que o executivo chefia no SBT já ter buscado autorização para captar recursos da Ancine. As séries “A Garota da Moto” e “Z4”, o reality “Fábrica de Casamentos” e os dois filmes derivados da novela “Carrossel” são alguns exemplos. Mais recentemente, o SBT recebeu o aval da agência para captar R$ 7,5 milhões para a realização de um filme baseado na novela “As Aventuras de Poliana”.
Eduardo Simerjian, que está no elenco de “Poliana”, foi um dos que discordaram do posicionamento de Pelégio. “Permita discordar. Esse dinheiro que foi investido retornou com lucro, gerando 10 milhões de reais em impostos, além dos 400 empregos diretos e indiretos. […] Não concordo com esta forma de cercear o pensamento artístico, pq alguns não gostam. Não goste, não assista. Mas este produto é sim de interesse de grande parcela da sociedade”, opinou.
O diretor rebateu. “O importante é que possamos discordar e continuarmos nos respeitando”, absteve-se. “Você tem meu total respeito! Sempre muito honesto e correto comigo! Discordâncias são saudáveis”, disse Simerjian em sua réplica.
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