Drauzio Varella emociona ao falar sobre entrevista com mulher trans

Drauzio Varella

Drauzio Varella fala sobre entrevista com mulher trans (Imagem: Divulgação / Globo)

No último domingo (1º) foi ao ar no Fantástico uma reportagem conduzida por Drauzio Varella, na qual ele mostra a realidade de travestis e transexuais em presídios brasileiros. A forma com a qual o médico conduziu a entrevista virou um dos assuntos mais comentados na web nos últimos dias.

A história que mais chamou a atenção dos telespectadores foi a da presidiária Suzy de Oliveira Santos, de 30 anos, que não recebe visitas na cadeia há oito anos. Após falar de sua realidade, Suzy recebeu um abraço afetuoso de Drauzio.

Em entrevista ao portal Extra, o especialista que realiza trabalhos voluntários em cadeias há 30 anos comentou sobre a grande repercussão que houve após a exibição da reportagem. Ele ressaltou ainda a importância de discutir as diferenças sociais na televisão.

É muito importante discutir as diversidades que, às vezes, fingimos que não existem. Provocar essa discussão no Fantástico, um programa que reúne famílias no domingo à noite, deu ao quadro muita credibilidade. A repercussão foi muito grande. Discutir esse assunto, que é delicado, poderia causar um ruído, até pelo preconceito que algumas pessoas têm sobre o tema. Mas foi totalmente o contrário“, frisou.

Sobre a demonstração de carinho em Suzy ele descreveu: “No momento em que estava gravando, comecei a contar que ela foi obrigada a se prostituir para conseguir o básico na cadeia. E o que me chamou atenção foi a solidão que ela vivia lá. Sete, oito anos sem receber visitas. No momento em que ela me contou isso, notei uma tristeza tão forte no olhar dela que me emocionou”.

E continuou, dizendo: “Só pensava em uma pessoa como essa, que deve ter sofrido agressões a vida inteira, que parou na cadeia por ter cometido um crime, mas que não tem ninguém que se lembre dela, que mande uma carta. Espontaneamente, dei um abraço nela. Depois, me dei conta do que estava fazendo. Isso gerou uma repercussão enorme, como se fosse inusitado abraçar outro ser humano“.

A série que começou a ser gravada em outubro do ano passado passou por quatro cadeias, que foram: a de Pinheiros, em São Paulo; Parada Neto, em Guarulhos; Igarassu, na Grande Recife, e Tacaimbó, perto de Caruaru, essas duas últimas em Pernambuco.

Da Redação
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