Ex-assessora de Gugu faz revelações impressionantes sobre o apresentador

Gugu Liberato

Esther Rocha conta detalhes sobre relação e vida de Gugu Liberato. (Imagens: Reprodução – Divulgação – Record / Montagem – RD1)

Já se passaram cinco meses desde a morte do apresentador Gugu Liberato, que aconteceu em razão de um acidente domiciliar após ter batido a cabeça durante a queda. Apesar do tempo, a história do brilhante comunicador será sempre lembrada pelos fãs, amigos e familiares. Em recente entrevista ao colunista Leo Dias, do UOL, a assessora de imprensa do artista, Esther Rocha, fez confissões da vida e da relação que tinha com Liberato.

“A última frase do Gugu para mim no WhatsApp foi: ‘Conta sempre comigo’. Entendeu? Então quando me falaram ‘caiu do telhado’, eu falei: ‘Cara, que ódio que tenho desse cara. O que ele foi fazer? Ô mania insuportável'”, disse ela bastante emocionada.

Durante o bate-papo, ela frisou que a relação com o ex-contratado da Record era mais do que profissional. Era uma amizade que foi construída ao longo dos anos. Eles se conheceram ainda na faculdade. Mesmo não sendo tão íntimos em sala de aula, a vida fez com que se encontrassem anos depois, para trilharem juntos na carreira.

“Fiz faculdade na Cásper Líbero [em São Paulo]. Gugu estudou na minha classe. Estou lá assistindo aula, de repente, todo mundo assim de tênis, na época a moda era alpargatas bordadas, e aí no meio da aula chega um rapaz de terno e gravata com cara de quem tomou banho há 15 minutos, porque o Gugu era um dos homens mais cheirosos que conheci”, relembrou Esther.

Nessa época, ele já apresentava o programa Sessão Premiada, no SBT. Porém, ela contou que antes chegar ao posto de apresentador, o loiro já havia passado por diversas áreas da televisão: “Gugu começou com aquela história das cartinhas para o Silvio Santos. Mas, quando chegou para apresentar esse programa, ele já tinha sido produtor, assistente de produção, o Gugu fez de tudo. Enfim, estudamos juntos, não fomos os melhores amigos na faculdade, mas foi sempre uma convivência interessante”.

Desde aquela época, a até então colega de classe de Gugu já aprendia com a sua simplicidade. “A primeira coisa que aprendi com o Gugu é como a gente, o ser humano, julga as pessoas sem saber o que está julgando, porque todos falavam dele, que era um mico, né? O cara chegava de terno e gravata em uma aula de jornalismo. E aí viramos amigos, acabou a faculdade, por alguns anos perdemos o contato. Segui uma área, sempre trabalhei em gravadoras, e estava na Continental”, contou.

Reencontro entre Esther e Gugu

A história dos dois voltou a se encontrar quando em 1990 o presidente da gravadora em que Esther trabalhava questionou se ela toparia uma nova missão na carreira. Nesse momento, Gugu já era um dos apresentadores mais disputados pelas emissoras.

“O presidente da gravadora, o Matheus Nazareth, falou: ‘Está a fim de trabalhar com uma cara que vai despontar?’. Ele estava com uma revista na mão. Ele abriu uma entrevista com o Gugu que tinha acabado de acontecer aquele episódio em que a Globo levou ele para a Globo”, disse ela, que lembrou com detalhes como foi a primeira conversa com Gugu. “No primeiro dia de conversa, depois de umas 2h, o Gugu falou uma coisa que durante esses 29 anos, só ouvi ele falar assim. O Gugu nunca falou: ‘eu fiz’, ‘eu quero’, ‘eu acertei’, ele sempre falou ‘nós’, ‘nós precisamos'”.

Todo carinho e admiração conquistados pela assessora foi destacado quando ela soube do acidente. “Vou te falar uma coisa que falei para a Dona Maria do Céu [mãe de Gugu] e para a Cida [irmã de Gugu], outro dia. Nunca imaginei, honestamente, que gostava tanto desse cara da maneira como percebi gostar”, reforçou ela durante a entrevista.

O verdadeiro lado do comunicador Gugu Liberato

Detalhes exclusivos da rotina do comunicador foram reforçados por Esther, que disse que ele nunca quis ser celebridade: “O Gugu falava: ‘Eu não sou artista. Não sou famoso. Sou um apresentador’. Ele sempre falava assim: ‘Sou um jornalista, radialista’, que ele sempre teve muito orgulho de ter trabalhado no rádio, ‘e apresentador’. Não sei dizer uma coisa que ia ser produzida e que ele não queria saber um pouquinho além do assunto, pesquisar mais”.

“Ele era além de um simples funcionário que aparecia nas telinhas. Prova disso é que ele virou referência, após mostrar um novo jeito de apresentar programas de auditório. Gugu acompanhava a audiência de perto e ainda mudava a programação”, recordou.

“Foi o Gugu que sacou que, se ele esperasse um pouquinho mais para ir para o comercial, dava uma diferença brutal. Hoje tem emissora que fica 40 minutos sem comercial, né? Não tinha isso. Os breaks eram rigorosamente negociados. E lembro uma coisa que ele me falou: ‘Esther, você já percebeu que domingo você só sabe das coisas à noite no Fantástico?’. Não tinha GloboNews. Falei: ‘É mesmo’. Ele falou: ‘Então, se a gente entrar com o jornalismo, um monte de coisa que vai acontecer nos domingos, a gente vai dar na frente e a gente vai ter tempo de trabalhar isso'”, disse.

Durante muitos anos acreditava-se que havia uma rivalidade entre Gugu e Faustão. Porém, ela afirmou que isso nunca ocorreu: “Existia um respeito mútuo. Agora a briga não era Faustão e Gugu. Era Globo e SBT, era produção e produção. Tinha espionagem dos dois lados. ‘Ouvi dizer que vai ter isso, vamos atrás, quem sabe a gente consegue'”.

A relação entre Gugu e Silvio Santos sempre foi de muito carinho. E a decisão de sair do SBT para a Record não abalou essa amizade: “A saída do Gugu do SBT foi uma coisa tão tranquila, tão madura. Nunca esqueço, o Silvio Santos falou para ele: ‘É isso que estão te oferecendo?’. E ele falou: ‘É isso aqui’. E o Silvio falou: ‘Então vai, porque você merece e eu não tenho como te dar isso'”.

Já sobre a cobertura da emissora da família Abravanel sobre a morte do amigo, Esther confessou: “Não sei se é verdade, mas uma coisa que machucou até a gente é que o próprio Silvio Santos e as filhas falaram que não queriam fazer daquilo um espetáculo, um show. E eu sei que, se falaram isso, foi com respeito”.

Ele contou que ficou surpresa com a posição da Globo com o ocorrido. “O que foi fora da curva foi a Globo. Acho que foi o episódio final dessa mudança que o Gugu fez na TV. A coisa mais difícil que escrevi na minha vida foi aquele comunicado [sobre a morte do apresentador]. Muita gente falou: ‘Eles demoraram um dia para comunicar que o Gugu morreu'”.

Da Redação
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