Edição apocalíptica do JN paralisa a web e atrasa programação da Globo

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JN tem edição histórica sobre demissão de Sergio Moro (Imagem: Reprodução / Globo)

A edição do JN da última sexta-feira (25) mostrou de forma didática o caos que viveu Brasília com a demissão e as acusações do ministro da Justiça Sergio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o contra-ataque do “capitão” e os desdobramentos do dia apocalíptico na capital federal. Com três minutos e trinta e cinco segundos de escalada, a Globo mostrou que o seu horário nobre seria exclusivamente de William Bonner e Renata Vasconcellos.

A dupla se dividiu no roteiro das notícias e logo no início exibiu o divisor de águas do Governo Bolsonaro. “Novembro de 2018: o presidente eleito anuncia que vai dar carta branca ao homem que escolheu para ser ministro da Justiça”, anunciou os âncoras.

Um vídeo de uma das primeiras entrevistas de Bolsonaro como presidente eleito falando sobre a autonomia que seria dada ao então juiz da Lava Jato: “Sergio Moro, ministro da Justiça com todos os meios, inclusive COAF, para combater a corrupção. É integralmente dele o ministério. Se quer influência minha existe em qualquer cargo daquele ministério. O compromisso que eu tive com ele é carta branca no combate à corrupção e crime organizado”.

Em seguida, a bomba do dia: “Abril de 2020: Contra a vontade de Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro demite o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. E o ex-juiz Moro pede demissão do ministério com denúncias graves contra o presidente”.

Durante o cardápio das notícias, Bonner revelou que o Jornal Nacional cobrou do ex-ministro provas das acusações feitas durante a coletiva e, com exclusividade, o principal telejornal do país exibiu trechos de uma conversa via WhatsApp entre Moro e a deputado federal do PSL, Carla Zambelli.

“Terminou hoje de forma avassaladora a passagem de Sergio Moro pelo Ministério da Justiça do governo Jair Bolsonaro”, começou Bonner. Com uma quase delação premiada de Moro, o discurso na defensiva de Bolsonaro atacando o ex-braço direito e as manifestações políticas do ocorrido, o JN só viu o seu primeiro intervalo comercial 66 minutos depois do seu início, às 21h36. A edição ainda levantaria as últimas informações sobre a pandemia do coronavírus no mundo.

O jornal terminou às 22h06, horário de Brasília. Com a programação atrasada, Fina Estampa saiu de cena após as 23h, seguido pelo BBB 2020, que trouxe a retrospectiva da temporada, e o Globo Repórter, que foi exibido durante a madrugada deste sábado (25).

Na web, internautas ficaram boquiabertos com a informação de Bonner sobre provas de Moro sobre as investidas de Bolsonaro na PF. Eles também citaram os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff e o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB-SP), que esteve na edição do JN dizendo que o país está na luta contra dois vírus: a Covid-19 e Bolsonaro.

Confira a repercussão na web:

Paulo Carvalho
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Paulo Carvalho

Paulo Carvalho acompanha o mundo da TV desde 2009. Radialista formado e jornalista por profissão, há cinco anos escreve para sites. Está no RD1 como repórter e é especialista em Audiências da TV e TV aberta. Pode ser encontrado nas redes sociais no @pcsilvaTV ou pelo email [email protected].