Advogado de Bolsonaro rebate diretor da Globo e nega sonegação de informações

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Advogado de Jair Bolsonaro rebateu nota de diretor de jornalismo da Globo, Ali Kamel (Imagem: Reprodução / Facebook)

Advogado do presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef rebateu a carta enviada por Ali Kamel, diretor de jornalismo da Globo, a jornalistas da emissora para elogiar o trabalho empenhado na reportagem do Jornal Nacional que ligou o nome de Jair Bolsonaro às investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL).

Em um texto extenso, o magistrado desmentiu ter omitido qualquer informação para a equipe da Globo. “Jamais soneguei informação sobre os áudios conforme alegado pelo diretor geral de jornalismo da TV Globo, Ali Kamel, em carta aos jornalistas da emissora. No dia em que o depoimento do porteiro ia ser divulgado, recebi um telefonema da Rede Globo me convidando a participar do Jornal Nacional e dar entrevista na qualidade de advogado do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro. Recebi o telefonema convite às 19h27, poucos minutos antes do início do Jornal Nacional. Cheguei no local e assim que me sentei, passaram a fazer uma série de questionamentos, os quais respondi sem mesmo ter tido tempo de me preparar. De pronto, falei tudo o que eu tinha conhecimento até aquele momento”, garantiu ele.

“Fui o primeiro a dizer ao Brasil que se tratava de uma engenharia criminosa arquitetada para, de forma fraudulenta, tentar envolver o presidente da República nas investigações que apuram o assassinato de Marielle Franco. Na minha entrevista, que foi editada, falei de absolutamente tudo que eu poderia falar como fruto da minha mais absoluta convicção. Não falei dos áudios pois não sabia deles e nunca tive acesso aos mesmos e nem ao seu conteúdo, não podendo imaginar do que se tratava. Da mesma forma, jamais tive acesso a qualquer elemento informativo ou cópia de qualquer peça dos inquéritos e da investigação do caso, inclusive estando tudo em segredo de Justiça”, continuou.

Wassef ainda acrescentou que no momento que esteve em conversa com a emissora não tinha conhecimento ainda sobre a verdade do áudio da portaria Condomínio Vivendas da Barra, na zona Oeste da capital carioca, onde morava o acusado de matar a parlamentar e onde o presidente também tem uma casa.

“Quem obteve com exclusividade o referido material que se encontra em segredo de Justiça foi o jornalismo da Rede Globo. Se eu soubesse ou tivesse a informação concreta de tão precioso material, como este áudio, com absoluta certeza teria falado não só no Jornal Nacional, mas em todas as entrevistas que dei, pois seria do máximo interesse de minha atuação como advogado e da defesa do presidente da República. Jamais perderia a oportunidade de denunciar no Jornal Nacional a existência dos referidos áudios que comprovariam de forma inequívoca e incontestável o todo afirmado por mim”, acusou.

O profissional seguiu apontando a possibilidade da emissora agir de má fé. “A pergunta que fica no ar é: por que as autoridades que investigam o caso, após o depoimento do porteiro que trazia fato tão grave para dentro da investigação, não pediram as imagens do circuito interno de segurança para perícia? Por que não arrolaram todas as testemunhas que trabalhavam a hora e dia dos fatos junto com o porteiro que deu o falso testemunho? Foram omissões propositais? Alguém prevaricou? A Rede Globo, segundo sua própria reportagem, já sabia de tudo e de toda a história há muito tempo e com muita antecedência. Tanto é que foram a Brasília apurar, segundo diz nota do diretor da emissora, se o então deputado federal Jair Bolsonaro se encontrava na capital federal no dia dos fatos. Por tanto, sabiam de tudo, inclusive que o depoimento era falso. De forma que fica o questionamento, por que levaram ao ar uma matéria sabendo de antemão que o depoimento da testemunha era falso? Em outras palavras, a emissora sabia muito antes de todas as informações, podendo fazer apuração e fazer as demais diligências. Não foram pegos de surpresa e muito menos induzidos a erro”, disse, ressaltando tratar com respeito todos os profissionais da imprensa.

Wassef ainda defendeu Bolsonaro de acusações feitas por Kamel, que, segundo ele, não condizem com a verdade. “Jamais sonegaria uma informação que é de minha total utilidade e interesse e que comprovaria tudo que tenho alegado nas minhas entrevistas. Não podemos analisar o falso testemunho do porteiro de forma isolada. […] Na nota do diretor da TV Globo, ele diz que o presidente Jair Bolsonaro ameaçou a emissora de cassar a sua concessão, o que também não é verdade. Para confirmar isso basta assistir a live feita pelo presidente da República e ver que ele diz: ‘não vou perseguir vocês, basta ter a documentação em dia que a concessão será renovada.’ Afirmo ainda que estou apenas praticando o regular exercício da advocacia. Não posso ser atacado ou virar alvo por exercer minha profissão. Não sou político e nem pertenço aos quadros do PSL. O advogado não pode ser confundido com o seu cliente e também virar alvo. O direito ao exercício da advocacia deve ser respeitado”, finalizou.

Da Redação
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