Aliada declarada ao presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido), a Record tem mantido a postura do chefe de estado de não criar muito alarde na sua cobertura a pandemia do novo Coronavírus e tem optado por pegar leve no momento que entra no assunto.
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De acordo com o Notícias da TV, o diretor de Jornalismo da emissora Thiago Contreira enviou um e-mail para a redação de jornalismo no qual pediu para que os profissionais não entrassem na “onda alarmista”.
No comunicado, o chefe lembrou conceitos básicos da profissão como “contextualizar e explicar o que realmente está acontecendo”, através de um discurso muito semelhante ao utilizado por Bolsonaro, que tem orientado aos seus subordinados que passem as informações sempre comparando a doença com infecções mais brandas como “o número de mortes provocadas por doenças que despertam menos interesse, como a dengue, gripe comum, sarampo etc”.
“Além disso, em nossas matérias em todas as plataformas, devemos dar espaço para médicos que sejam equilibrados e que ajudem a transmitir calma à população”, finalizou ele na mensagem, que circulou pelos membros da redação do canal.
A prova aconteceu, recentemente, quando a principal reportagem do Jornal da Record foi sobre exemplos de pessoas que contraíram e venceram a doença. Dentre as informações otimistas está o fato que em outros países mais de 70 mil infectados já tiveram cura, além de que especialistas consideram alto o índice de cura.
A orientação adotada pelo jornalismo vai de encontro com o posicionamento do dono da casa, Edir Macedo, que atribuiu o estado de pânico nas pessoas com o novo Coronavírus como uma prática de Satanás para criar medo na população, em um vídeo polêmico, publicado (e depois retirado) na semana passada.
Ao Notícias da TV, a Record informou que o departamento de jornalismo sempre costuma fazer recomendações como estas. “O Jornalismo da Record TV faz a cobertura equilibrada sobre o tema com intensa prestação de serviços e todas as informações necessárias para que o telespectador se proteja neste momento grave da pandemia que o mundo enfrenta. Como em qualquer cobertura similar, pedimos a todos que as informações sejam contextualizadas e que expliquem o que está acontecendo. Este é o compromisso do jornalismo”, justificou.
