Sempre sem papas na língua, Antonia Fontenelle soltou o verbo contra uma atitude de José Luiz Datena no Brasil Urgente, da Band, da última sexta-feira (22). Na ocasião, o apresentador deu um piti ao vivo após divulgação do vídeo da reunião ministerial em que Jair Bolsonaro (sem partido) sugere intervenção na Polícia Federal.
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A confusão aconteceu porque a gravação contou com uma citação à Band, por parte de Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal. Inconformado, o comunicador “rompeu relações” com o Governo e disse que não entrevistaria mais o presidente.
“Vocês acham que o presidente da Caixa ia inventar essa história? Eu não entendi o show, o teatro do Datena. ‘Nunca mais vou entrevistar o Bolsonaro’. Datena, hello! Acorda! Quem é que precisa do seu programa para alguma coisa, Datena?”, questionou Fontenelle em seu canal do Youtube.
“Eu já falei desde lá atrás para todo mundo que vem aqui, que você queria que eu fosse no seu programa, mas não viria para o meu porque estou na internet”, lembrou a apresentadora.
Em seguida, Antonia Fontenelle detonou o jornalista: “Querido, hello! Quem quer saber do seu programa na Band, Datena? ‘Nunca mais vou entrevistar o Bolsonaro’. Nossa, fude*. Fude*. O que vai ser do presidente se você não vai mais entrevistar ele? Ah, Datena, me poupe. ‘Ah, queremos saber quem pediu’… Ué, se eu fosse o Pedro Guimarães já tinha vindo e falado: ‘Foi fulano de tal que pediu’”.
A confusão
O âncora do Brasil Urgente reagiu ao vídeo ao vivo: “Aí vem o cara numa reunião ministerial com o presidente da República e diz ‘o pessoal da Band quer dinheiro’. Se você deu dinheiro para alguém aqui da Band, Pedro, você indique para quem você deu, que com certeza essa pessoa vai ser demitida, se não foi uma coisa legal, se não foi mídia técnica. E do jeito que você colocou tem dúbia interpretação. Ou você prevaricou, e o Bolsonaro devia te mandar embora hoje”.
Irado, o jornalista entregou valores das ações comerciais que fez para Caixa tempos atrás. “Agora eu me recuso a fazer qualquer comercial da Caixa e desse governo. Eu me recuso porque eu sou obrigado, por contrato, a ler comerciais aqui. Eu fiz comerciais no passado aqui do governo porque eu sou obrigado a fazer esses comerciais por contrato aqui. Recebi R$ 12 mil por ação, eram quatro ações. Então, eu tinha que fazer”, declarou.
“Agora, sob o risco de perder o meu emprego, estou dizendo aqui que publicamente, desde o começo, eu avisei para o pessoal da Band que não quero fazer essa ação comercial porque eu não quero fazer ação comercial para governo. […] Então eu tô publicamente dizendo que eu me recuso, diante de saber que tem pessoas dessa qualidade, dessa estirpe, que falam uma coisa ao vivo e em uma reunião ministerial, para aparecer e puxar o saco do presidente”, sentenciou.
“Essa aqui é uma emissora de honra. O cara não pode sujar uma emissora honrada sem explicitar o que aconteceu”, prosseguiu, antes de romper com Bolsonaro e entregar a preocupação do político com a aguardada divulgação do vídeo.
“Eu não quero mais entrevistar o senhor Presidente da República depois de uma atitude dessas. […] Com todo respeito que tenho a ele, ao cargo dele, eu me permito nunca mais fazer uma entrevista com ele. Até pedi ontem, gentilmente, uma entrevista a ele. […] Ele disse: ‘ô, Datena, tô muito preocupado com essa fita e por isso não vou dar entrevista’”.
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