Susy Oliveira comoveu o coração de muitos telespectadores que assistiram o Fantástico no último domingo (01). A reportagem feita por Dráuzio Varela em presídios paulistas chamou a atenção com as histórias das detentas transexuais, em especial a de Susy, que revelou que está há 8 anos sem receber visita.
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Tocada pelo relato de Oliveira, a advogada Camila Ribeiro tomou uma atitude. “Foi um tapa na minha cara. Como eu, advogada, formada por uma faculdade elitista através de bolsa do Prouni poderia ajudá-la?”, disse a gaúcha em entrevista ao jornal Extra.
Foi então que Camila resolveu criar uma vaquinha online para arrecadar dinheiro para comprar itens para as mulheres transexuais presas. Na reportagem, foi dito que muitas precisam se prostituir para conseguir itens básicos de higiene.
“Eu nem pensei muito. Coloquei um calor inicial de R$ 2 mil e logo começaram as contribuições“, contou. “A última vez que olhei já estava em R$ 2,4 mil. Se for além do que estipulei será muito bem-vindo”, afirmou Ribeiro.
“Existem regras dentro dos presídios, como cor de sabonete, por exemplo, tipo de creme dental… Mas seria legal também levar coisas que possam dar à elas uma forma de fazer um dinheirinho. Tipo uma chapinha de cabelo para uma que pode cobrar e fazer nas colegas. Não é só doar. Mas instrumentalizar“, explicou a advogada.
Camila ainda quer ajudar Suzy de forma mais direta. “Como profissional, tenho o privilégio de entrar no presídio sem a burocracia de um visitante comum. E quero ler o processo dela. Isso, claro, se ela quiser. O mais importante é a Susy e outras presas saberem que são queridas e podem ser ajudadas aqui fora“, disse.
A profissional de Direito pretende viajar para São Paulo no final do mês e levar o que conseguir arrecadar. “E sem dúvida dar um abraço em cada uma delas. Independentemente da pena que tiveram e do crime que cometeram, elas estão pagando por seus erros. E quando transexuais, estas mulheres já são triplamente condenadas pela sociedade, que muitas vezes não evita que elas recorram a atos ilícitos para sobreviverem”, concluiu.