Com 33 anos e 17 de carreira no teatro, dança e audiovisual, Letícia já havia passado por produções como Manhãs de Setembro e mantém o solo 116 Gramas, que discute gordofobia a partir de sua própria experiência.

Mesmo assim, foi somente com Sandrão, personagem de Tremembé, que ela rompeu a bolha e alcançou visibilidade nacional. “Sempre sonhei em ser reconhecida enquanto atriz. Nunca imaginei que isso viria dessa forma”, assume.
A personagem inspirada em uma figura real e uma das tramas centrais de Tremembé exigiu uma transformação profunda. Corte de cabelo novo, camadas de protetor solar, camuflagem das tatuagens e, sobretudo, uma mudança corporal que envolvia ritmo, respiração e um olhar pesado. “A construção vinha de dentro. Era encontrar o tom exato daquela mulher”, explica.
Para isso, Letícia passou por dois meses intensos de preparação, sempre de segunda a sexta, das nove às seis. O foco, conta ela, era a dramaturgia da série, e não a figura real. “Meu compromisso era com a Sandrão da ficção. Eu precisava contar aquela história.” Ela lembra de duas cenas especialmente desafiadoras: a grande briga do primeiro episódio e a reconstituição do crime da personagem, gravada de madrugada e em clima tenso.
Mesmo com o impacto da série, Letícia enfrentou episódios de apagamento, incluindo matérias que chegaram a publicar seu nome errado. Foi às redes reivindicar reconhecimento profissional —e acabou viralizando. “Eu nunca desrespeitei ninguém. Só pedi algo básico. Toda vez que me apagaram, o público foi lá e corrigiu. Isso me emocionou”, afirma.
“Toda vez que me apagaram, o público corrigiu”
A atriz também destaca a parceria com Marina Ruy Barbosa, com quem dividiu algumas das cenas mais importantes da série, além da convivência generosa com Carol Garcia e Bianca Comparato. “Eu sou tímida, mas encontrei uma rede de apoio”, conta.
Com a repercussão de Tremembé, a vida profissional de Letícia ganhou um novo ritmo. Viagens, entrevistas e novos convites agora fazem parte da rotina. Ao mesmo tempo, ela segue com seu trabalho no teatro, prepara apresentações de 116 Gramas e analisa novos projetos. “Minha missão é ser intérprete. Quero que o público me veja em outras histórias. E que Tremembé prolongue minha vida na profissão.”
Jornalista formada pela Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP). Com experiência em redação, redes sociais e marketing digital. Atualmente, cursando o MBA em Marketing, Branding e Growth pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
