Cristianne Fridman revelou que a Record nunca cobrou audiência aos autores da casa. A criadora de Amor Sem Igual, que estreia nesta terça-feira (10), às 20h30, conversou com o RD1 e esclareceu que tem total liberdade para com suas novelas, embora tenha consciência sobre temáticas que possam pesar em determinado horário nos lares brasileiros.
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“A Record nunca cobrou audiência de autor. Nunca disse pra eu fazer isso ou aquilo. Eu não tenho a menor preocupação – é claro que tenho, por ser nosso mercado de trabalho -, mas eu acho incrível a Record estar produzindo novela em um país que está acabando com tudo”, afirmou.
A autora ainda aproveitou para criticar o Governo Federal, presidido por Jair Bolsonaro. “Novela brasileira também é cultura, também é arte e estamos com um governo aí que está destruindo tudo“, disparou.
“E você ter uma emissora como a Record, que está abrindo mais um horário de novelas, produzindo, gerando empregos, pois uma novela gera empregos pra mim, pra moça do café. Não é só falar bem da novela só porque estamos produzindo, mas temos que dar um reconhecimento e um incentivo a isso, pois se não, ficaremos comprando e traduzindo enlatados, deixando uma novela de 500 mil capítulos no ar. Isso não é legal, isso traduz um conceito de que no Brasil, temos que se posicionar e fazer perder [a cultura de consumir produtos estrangeiros], pois não teremos cinema brasileiro, teatro – a situação do teatro brasileiro está muito triste – e daqui a pouco, isso vai atingir a teledramaturgia e isso não pode”, desabafou Fridman.
Cristianne Fridman ainda falou sobre a influência de Cristiane Cardoso em sua novela. A autora confidenciou que a sugestão do tema prostituição foi da filha de Edir Macedo. “Ela é supervisora de texto e ela, às vezes, dá um pitaco. A proposta de fazer uma protagonista garota de programa foi dela. Alguém me perguntou se eu tive dificuldade em convencer a emissora para fazer tal temática? Eu disse que não, porque tinha sido a própria [Cristiane Cardoso] que tinha feito tal proposta”, revelou.
“Toda supervisão entre um autor e um supervisor tem pontos positivos e discordantes, pois se interferirem em seu texto, você vai ficar desconfortável, mas eu não acho ruim. Eu acho que há interferências muito boas e, pela pressa que estamos fazendo, é sempre bom contar com um apoio”, disse a escritora.
Cristianne ainda contou que não esperava essa aceitação da Record. “Não esperava, não, essa aceitação da temática”, finalizou.
Reuber Diirr é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Integrante do 17º Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta (Globo ES), teve passagens pela Record News ES, TV Gazeta ES e RedeTV! SP. Além disso, produz conteúdo multimídia para o Instagram, Twitter, Facebook e Youtube do RD1. Acompanhe os eventos com famosos clique aqui!