Prestes a voltar ao horário das 19h da Globo, Claudia Souto relembrou durante uma live transmitida pela revista Mais Novela no Instagram que uma das estratégias de Pega Pega (2017), a sua primeira novela como titular, era recuperar o público infantil que havia migrado para o SBT. Na época, a emissora de Silvio Santos exibia Carinha de Anjo.
VEJA ESSA
Segundo a autora, um dos truques usados pela equipe de criação da novela das sete foi a animação da canguru Flor, figura que fazia parte do imaginário de Bebete (Valentina Herszage), como uma consequência do trauma de ter perdido a mãe em um acidente de carro. O delírio da filha do protagonista da história, Eric (Mateus Solano), foi baseado em fatos reais, mas segundo Souto não passou de uma estratégia de “gente que entende de TV”.
“Eu conversei com psiquiatras para desenvolver esse problema do stress pós-traumático e um deles me falou que teve uma paciente que o stress foi tão extremo que começou ver coisas. Eu me interessei. Daí eu comecei a buscar qual era o bicho que eu podia colocar, porque eu queria ter uma estratégia pra chamar as crianças pro horário. O canguru veio pra isso, pra que subliminarmente, aquele pai e aquela mãe que trocou de canal, pudesse falar: ‘Pô, o meu filho pode ver isso e voltar para a novela’. Porque o nosso público concorrente eram as novelas infantis do SBT e a gente recuperou o público que tinha ido embora”, revelou Claudia.
A escritora relembrou que a animação não poderia se estender por muitos capítulos, para que o trauma de Bebete não se transformasse em uma esquizofrenia, mas que o recurso conseguiu atrair a atenção das crianças. “Tinha uma estratégia de gente que entende de TV. A novela das sete tem que pegar desde o público infantil até o público mais velho, aí tem que pegar da classe C, D, E até a classe A…”, explicou a autora.
Próxima novela
Ainda no bate-papo, Claudia negou a escalação de Caio Castro e Agatha Moreira para o elenco da Cara e Coragem, que sucederá Salve-Se Quem Puder e Quanto Mais Vida, Melhor na faixa das 19h, e afirmou que o boato de que os dois atores formariam o casal principal da novela partiu de fã-clubes da trama.
“Não é verdade, eles estão escalados para outros trabalhos e não serão os dublês”, disse a autora, que confirmou que a Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, será um dos cenários da trama, com reprodução dos ambientes nos Estúdios Globo.
“O que eu posso dizer é que temos um casal na novela que é um pouco mais maduro mas que está junto com os dublês, que são os protagonistas. Tem um casal jovem que está ligado aos esportes radicais, e tem outro personagem jovem que é um esportista e se encanta pelo mundo dos dublês. E tem um ex-segurança também [que vai virar dublê]. Isso eu posso dizer”, revelou a escritora.
Daniel Ribeiro cobre televisão desde 2010. No RD1, ao longo de três passagens, já foi repórter e colunista. Especializado em fotografia, retorna ao site para assinar uma coluna que virou referência enquanto esteve à frente, a Curto-Circuito. Pode ser encontrado no Twitter através do @danielmiede ou no [email protected].